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Pintura, injustiça e expulsões: a última vitória do Palmeiras no Morumbi

(Foto: Estadão)

Data: 20 de Março de 2002, noite de uma quarta-feira, noite de uma obra-prima, noite do último triunfo do Verdão ante o Tricolor Paulista no Cícero Pompeu de Toledo, noite de Choque-Rei, que terá um novo capítulo no próximo domingo (29), às 16h (de Brasília), pela terceira rodada do Brasileirão.
São 14 anos sem um triunfo sequer na casa do adversário, mas é aquele velho ditado: tabu é feito pra ser quebrado. Entretanto, voltemos ao embate daquele Torneio Rio-SP. O Palmeiras entrou em campo com uma formação que os torcedores menos fanáticos não lembram de cabeça: Marcos;  Arce, Alexandre, César e Daniel; Paulo Assunção, Claudecir, Magrão e Alex; Christian e Itamar, comandados por Vanderlei Luxemburgo. Os anfitriões entraram com: Rogério Ceni; Gabriel, Emerson, Wilson e Gustavo Nery; Maldonado, Fábio Simplício, Kaká e Souza; França e Reinaldo, liderados por Nelsinho Baptista.

Foto: Estadão

Os donos da casa vinham animados após uma sonora goleada por 7 a 0 contra o Bangu, em São Paulo. Já o Verdão queria a vitória após empatar por 3 a 3 com a Portuguesa, mas começou se defendendo e apostando no contra-ataque. A cadência deu resultado e, aos 11, Magrão carregou pelo meio e tocou para Alex, que fintou o zagueiro mas se atrapalhou e a bola sobrou para o próprio Magrão, que ajeitou e de bico mandou no canto direito de Rogério Ceni, abrindo o placar da partida. O gol animou os jogadores do Palmeiras, que passou a tomar conta do jogo e não demorou a ampliar o marcador. Aos 18, Magrão tocou em profundidade na direita e achou Christian, que cruzou pra Claudecir. O centroavante dominou e bateu no ângulo esquerdo na meta tricolor, marcando um belo gol, o segundo do Verdão na partida. Mas, a verdadeira pintura, obra-prima e outros tantos adjetivos veio pelos pés do gênio Alex que, após receber passe açucarado, aplicou dois chapéus em sequência, primeiro sobre o zagueiro Emerson e depois sobre Rogério Ceni, marcado o terceiro do Verdão, entrando não só pra a história do Palmeiras, mas do futebol mundial como um dos gols mais bonitos de todos os tempos.

Foto: Estadão

Foto: Lancepress

O gol parece ter sucumbido o São Paulo, não só pelo placar elástico, mas pelo espetáculo que presenciavam, vendo Alex flutuar em campo, aonde muitos diziam que ele havia carimbado a sua ida para a Copa do Mundo, entretanto, o técnico da Seleção, que seria Pentacampeão na Ásia, não levou o camisa 10 alviverde, sendo considerada uma das maiores injustiças cometidas por um treinador de seleção.
O jogo ainda não havia acabado e o tricolor foi para o tudo ou nada e 3 minutos depois, em cruzamento de Fabio Simplício, a ola bateu na mão de Daniel e o árbitro assinalou o pênalti. França foi pra cobrança e converteu no canto direito baixo de Marcos, reanimando os quase 50 mil torcedores presentes no estádio. Na volta do segundo tempo, o tricolor foi de vez para cima e, aos 27, o garoto Kaká, que ainda surgia para o futebol, passou por Galeano, que entrou no lugar de Magrão, e bateu firme, no canto direito, deslocando o arqueiro do Verdão. Com o segundo gol, a torcida inflamou e o Tricolor foi com tudo em busca do empate, entretanto, em noite inspirada, São Marcos fechou a meta do Palmeiras. Já no fim, quando Emerson e Wilson, ambos atletas do São Paulo, já haviam sido expulsos, Alex recebeu livre, fintou Rogério Ceni e foi derrubado. Na cobrança do penal, Arce deslocou o goleiro tricolor e decretou a vitória, aos 47 minutos.

Ficha Técnica
São Paulo 2 x 4 Palmeiras

Local: Estádio do Morumbi, São Paulo – SP;
Data: 20 de Março de 2002 (Quarta-Feira);
Horário: 22h (Horário de Brasília);
Árbitro: Luis Marcelo Vicentin Cansian;
Público: 49.842 torcedores;
Renda: Não divulgada;
Gols: Magrão aos 11, Claudecir aos 18, Alex aos 27 e França aos 30 minutos do primeiro tempo; Kaká aos 27 e Arce aos 47 minutos do segundo tempo;
Cartões Amarelos: Maldonado, César, Souza e Fábio Simplício (São Paulo); Magrão, Galeano e Rogério (Palmeiras);
Cartões Vermelhos: Wilson e Emerson;

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Gabriel, Emerson, Wilson e Gustavo Nery (Belletti); Maldonado, Fábio Simplício, Kaká e Souza (Lucio Flávio); França e Reinaldo (Jean)
Técnico: Nelsinho Baptista

PALMEIRAS: Marcos; Arce , Alexandre, César e Daniel; Paulo Assunção, Claudecir (Juliano), Magrão (Galeano) e Alex; Christian e Itamar (Juninho)
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

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