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Entrevista com o Jornalista Vinícius Dias

1) Quando você começou no jornalismo? O que fez te motivar para ser um jornalista?

 

Sempre gostei muito de ler e escrever. Ainda na época de Ensino Fundamental, por exemplo, eu ia à banca comprar jornais nas manhãs de sábado e domingo, lia na íntegra e, depois, fazia um resumo. Às vezes, chegava a utilizar um karaokê para gravar essas locuções em fitas.

Já no Ensino Médio, resolvi criar um blog e fui conquistando público. Quando chegou o momento de decidir um caminho profissional, o jornalismo foi uma escolha natural. Quem me acompanha nas redes sociais conhece mais esse lado esportivo, mas já fiz matérias sobre dezenas de assuntos.

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2) Qual á sua opinião sobre o futebol Mineiro em 2016?

 

Sobretudo em torneios mais longos, dificilmente os resultados vêm ou deixam de vir por acaso. O América fez um bom estadual, mas hoje é lanterna do Brasileiro pelo fato de ter feito escolhas contestáveis. O Atlético chegou a passar sete rodadas sem vencer, mas é candidato ao título com Marcelo Oliveira, que conseguiu transformar boas peças em uma equipe, em coletivo.

O Cruzeiro foi mal durante todo o primeiro semestre, com várias trocas de técnico e mais quantidade do que qualidade no elenco. Agora reage no Brasileiro e dá sinais de que lutará pelo título da Copa do Brasil. Também pelo trabalho de Mano Menezes, mas principalmente pela postura e pelos investimentos na última janela de transferências.

Em relação aos clubes do interior, os destaques são a URT, que chegou às semifinais do estadual com uma campanha histórica, e o Tombense, ainda na briga pelo acesso à Série B.

 

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3) Você escreveu muito sobre o PROFUT no uai.com.br/toqdiletra. Você é contra ou a favor do PROFUT? Se você organizasse o PROFUT, você tomaria alguma medida diferente ou as mesmas?

 

A Lei tem pontos positivos, como a proibição de antecipação das receitas referentes a mandatos futuros, o que culmina na necessidade de gestões mais responsáveis. Mas há alguns aspectos controversos, como a introdução de um cenário em que há possibilidade de rebaixamento por dívidas. Obviamente, os clubes devem cumprir suas obrigações, mas entendo esse tipo de medida como perda da soberania do critério técnico.

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4) Você participa algumas vezes na televisão. Qual a sua reação?

 

O primeiro passo é estar sempre em busca de informação. Seja para uma análise no blog, para uma matéria em jornal ou um comentário na televisão, parto dessa ideia: assistir às partidas, acompanhar as estatísticas dos jogadores e entender o contexto. Opinião sem informação se transforma em ‘eu acho’.

Quanto à reação, pela característica do meio de comunicação e por se tratar de um programa ao vivo, há um cuidado extra com a forma de apresentação das ideias. Preciso transmitir credibilidade e, ao mesmo tempo, ser claro para o maior número possível de telespectadores. A televisão não dá a chance de uma nova leitura ou de um segundo clique minutos depois.

 

5) Você acompanhou a Copa do Mundo no Brasil. Qual foi a sua sensação?

Quanto ao evento em si, a sensação foi positiva: belos estádios, partidas e atletas de bom nível. Porém, passado o tempo e analisado o contexto, há contrapontos. Nem todos os estádios vêm sendo utilizados com regularidade: havia necessidade de 12 sedes? Qual foi o custo disso e, principalmente, quem pagou ou pagará? Saíram do papel todos os projetos de mobilidade?

Em campo, a seleção brasileira foi mal, reforçando o discurso de mudança. Talvez esse tenha sido o grande legado: o Brasil passou a discutir a construção de um novo cenário, que já se fazia necessário há algum tempo, mas antes esbarrava em rótulos e na soberba.

 

6) O América Mineiro destacou muito em 2015 e no Campeonato Mineiro em 2016. Na sua opinião, por que o América não está conseguindo destacar no Brasileiro? O erro foi ter apostado no técnico estrangeiro?

 

A situação ruim passa por diversos fatores. Perda de jogadores como Richarlison e Marcelo Toscano, que se destacaram no último ano, trocas de técnico ao sabor dos resultados e postura no mercado, com mais quantidade do que qualidade. A três meses do fim da temporada, o América ainda é um time com conceitos e peças indefinidas. Logicamente, isso se reflete em campo.

Quanto ao Sérgio Vieira, considero injusto tratá-lo como culpado ou assegurar que, permanecendo, mudaria o cenário. Mas discordo da maneira como foram geridas a saída e a chegada. Ele veio para substituir Givanildo Oliveira, que caiu semanas após conquistar um título histórico. Em menos de 45 dias, a confiança se transformou em demissão quando os resultados não apareceram.

 

 

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