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Entrevista com o atacante Fernando Viana, do Botev Plovdiv, da Bulgária

Imagem: Botev Plovdiv (Bulgária).

Fernando Viana Silva Jardim, nasceu em Brasília, no dia 20 de fevereiro de 1992. Atleta conhecido e reconhecido pela velocidade e belos arremates a gol, foi revelado no Atlético Mineiro, teve passagens por Joinville e Paraná, atualmente está no Botev Plovdiv (Bulgária).

 

1- Nasceu no dia 20 de fevereiro de 1992 (25 anos) em Brasília-DF. Sendo revelado no Clube Atlético Mineiro. Não chegou a atuar no time profissional da equipe, sentes falta de ter essa oportunidade no Galo? Descreva seus principais momentos na base? Fale-nos sobre o atual momento do clube e sua relação pessoal perante o time mineiro?

R: Não, de forma alguma. Acredito que tudo tem o tempo e local para acontecer. O Atlético Mineiro me formou como atleta. Vivi mais de 5 anos no clube, ali aprendi muito, superei grandes obstáculos, fiz grandes amigos, trabalhei com grandes profissionais, disputei e fiz gols em campeonatos importantes da base. Então, sou muito grato a tudo que o clube me proporcionou. Mas chegou um tempo que vi que não teria oportunidade na equipe principal e preferi sair. Porém tenho um carinho e respeito enorme pelo clube

 

2- Em 2012, chegou ao Joinville Esporte Clube. Tendo identificação com a torcida e todos dentro do clube. Conte-nos sobre o título da Série B em 2014? Diga-nos, o JEC é considerada sua casa? Sentes vontade de retornar ao time em uma próxima oportunidade? Fale-nos sobre o atual momento de retomada do clube para a disputa da Série C?

R: Fui para o Joinville em 2012. Ainda tinha idade de juniores e fui para disputar o último campeonato da categoria. Disputei, fui artilheiro e no mesmo ano já me juntei aos profissionais. Foram 4 anos de Joinville. Como era muito jovem, vindo da base, sempre rolou muita desconfiança, como em qualquer outro clube. Mas procurei trabalhar muito e aproveitar as oportunidades. Aos poucos fui superando as dificuldades e conquistando meu espaço. A torcida do JEC é especial demais pra mim! Sempre me trataram com um carinho e apoio inexplicável! 2014 foi um ano marcante na minha vida. Comecei o ano como titular e fazendo gol em clássico. Contudo na noite seguinte já estava sendo internado com uma infecção grave no sangue. Foi um susto muito grande para mim e para o clube. Mas graças a Deus, consegui vencer mais essa. Acabei perdendo o espaço, mas como eu sempre falo: tudo tem o tempo certo. Nos últimos meses de campeonato, as oportunidades voltaram a aparecer e pude marcar 5 gols importantes, dentre eles, o do acesso a série A e o do empate contra a Luverdense que ficou sendo o gol do título. Foi um momento inesquecível pra mim!

Imagem: Leo Munhoz/Agência RBS.

 

3- Entre 2015 e 2016, vestiu as camisas do Paraná e do Ituano. Quais são as diferenças e semelhanças entre atuar em um grande clube do estado e num time de menor expressão? Descreva sobre a torcida e estrutura de cada equipe?

R: Não tem muita diferença, nesse caso. O Paraná é uma equipe grande com história, com uma torcida fantástica.  Foi um prazer enorme vestir aquela camisa. Digo que atleta é parte física, técnica, psicológica. E infelizmente, eu não vivia uma fase psicológica boa. Tinha acabado de viver o melhor momento da minha carreira no Joinville e não esperava ser emprestado no ano seguinte, logo no ano que o time disputaria a série A. Cheguei muito bem no Paraná, mas tive algumas dificuldades que me atrapalharam. Mas aprendi muito e amadureci com tudo isso. No Ituano foi muito bom também. Um clube do interior paulista com uma ótima estrutura e com diretoria e profissionais de ponta. Campeonato Paulista é sempre forte e o Ituano não entra nunca para ficar de fora dos melhores. Esse ano vimos que foram campeões do interior.

 

4- Um adendo, chegou a participar do sub-13 do Vila Nova e profissionalmente no Morrinhos-GO em 2012. Como foi dar seus primeiros passos no futebol em um clube da sua região (Centro-Oeste)? Como analisas o crescimento dos times naquela região? E se pudesse, jogaria profissionalmente no Vila ou em outro clube do Centro-Oeste?

R: Comecei no Vila sim. Foi o primeiro clube que me abriu as portas. Foram poucos meses, mas foi a primeira vez que deixei minha família. Foi importante estar na região, porque meus pais estavam sempre por perto, me dando suporte. Já no Morrinhos, não cheguei a jogar lá. Ainda estava na base, queria pegar experiência. Mas acabei nem disputando o campeonato lá, preferi voltar para o Atlético e decidir minha situação no clube.

 

5- Nesta temporada, tem sua primeira experiência internacional, ao fechar com o Botev Plovdiv, da Bulgária. Quais são as principais semelhanças e diferenças entre o futebol brasileiro e búlgaro? E sobre a adaptação, quais as dificuldades que enfrentou durante esta época? Diga-nos também sobre o campeonato búlgaro e seu formato diferente dos outros campeonatos nacionais no mundo?

R: Graças a Deus, me adaptei com certa facilidade ao futebol europeu. Confesso que, logo de cara senti grande diferença por se tratar de um futebol mais dinâmico e de muita obediência tática. Mas treinei forte e com a ajuda do clube, que me ofereceu e oferece uma estrutura de ponta, em poucas semanas me adaptei. Acredito que minhas características também ajudaram no processo e fazer um gol e ser eleito o “craque da partida” logo na primeira partida, já deu aquela tranquilidade e confiança. A cultura daqui não tem nada de radicalmente diferente, então foi bem tranquilo. Mas claro que algumas coisas dificultam muito, como por exemplo, o idioma. Me arrisco em poucas palavras, mas, graças a Deus, muitos falam em inglês aqui e isso me ajudou. Sempre queremos estar disputando títulos, mas nem sempre conseguimos. Ficamos chateados com a não classificação no campeonato búlgaro, com certeza, mas precisamos manter a cabeça no lugar, porque estamos nas finais da Copa da Bulgária e o título é o nosso foco total nesse momento. É muito gratificante está na final de um campeonato tão importante logo na minha primeira temporada aqui.

 

6- Na hora de escolher um clube novo para defender, você pensa primeiramente no projeto mostrado pelo clube ou no salário que o time está oferecendo? Fale sobre a valorização dos salários no mercado brasileiro?

R: Penso muito no projeto. Claro, que quero uma valorização também. Mas quero crescer muito ainda como atleta, então o projeto é fundamental para eu alcançar grandes objetivos na minha carreira.

Imagem: Joinville Esporte Clube.

 

7- Diga-nos um sonho que ainda não realizou no futebol, e achas que ainda tem condições de realizar até o fim de sua carreira?

R: Sonho em jogar em uma grande equipe do futebol europeu e também chegar a Seleção Brasileira.

 

8- Uma mensagem para os colunistas e leitores do site mercadodofutebol.net.br?

R: Quero agradecer a toda equipe e leitores do mercado do futebol  por me receberem aqui. Para mim é um prazer dividir tudo isso com vocês. Obrigado e que Deus abençoe a todos!

Imagem: Paraná Clube.

 

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