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Tchau e obrigado, Luís Henrique

Era o dia 03 de julho de 2015, Estádio Nílton Santos, uma aprazível terça-feira à noite. O Botafogo enfrentava o Sampaio Correa e apesar da liderança na Série B, as águas nunca estão calmas em General Severiano, como semanalmente presenciamos e como foi em boa parte do calvário na divisão de acesso.

Luís Henrique já era um goleador no sub-17. Um fenômeno que marcava gols em todos os jogos. E a torcida alvinegra, sempre carente, pedia pela presença do garoto no time profissional. A diretoria alvinegra estava numa guerra fria contra René Simões que relutava em usar este e outros jogadores da base (mais tarde, essa foi a alegação para a sua demissão, entretanto isso é papo para outra coluna).

Luís Henrique estreou bem. Fez 2 gols, deu passes, movimentou-se e a torcida alvinegra exultava, afinal era uma joia de General Severiano como há algum tempo não se via. O problema foi toda a pressa da Comissão Técnica, Diretoria e staff do jogador.

Aos 17 anos o atleta está em formação. Não adianta compará-lo ao Neymar, Pelé ou quem quer que seja. Nesta idade ele não pode ser solução do clube. Nenhum garoto pode. Como era de se esperar, apesar do início otimista, o jovem atacante foi inconstante e em diversos jogos foi disperso e nem pegou na bola. A fama já havia chegado o salário aumentado e a multa rescisória, na estratosfera.

Com a mudança de treinador, sabe se lá por que, Ricardo Gomes insistia com o fraco Ribamar. Aliás, a insistência era com todo mundo menos com o próprio Luís Henrique, de quem se esperava muito. Ele deveria ter continuado na base, disputado o Sub-20 e sido campeão com a geração que agora vai integrar o grupo profissional em 2016.

Foi com muito pesar que esta semana recebemos a notícia da sua saída, a caminho do Furacão. O desenvolvimento dele foi afetado. Será preciso que o Atlético-PR tenha ciência disso e ajude no desenvolvimento. Mais importante ainda, o jogador, sua família e seu empresário também precisam pensar menos em curto prazo e muito mais em longo prazo, uma vez que talento e faro de gol ele já demonstrou ter.

Para não ficar de mãos abanando o Botafogo cederá o passe sem nenhuma compensação, em troca ficará com 35% numa futura venda. Uma gigantesca burrice de uma diretoria que acertou em tantas coisas e a perda de um jogador que poderia agregar tanto tecnicamente quanto financeiramente, no futuro.

Saudações alvinegras!

Alípio

(Twitter @alipiojr)

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