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Indignado, Eduardo Bandeira de Melo defende o goleiro Muralha

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de melo reuniu a imprensa nesta sexta-feira (1), na sala de imprensa Victorino Chermont, no centro de treinamento, Ninho do Urubu, para mostrar toda a sua revolta contra uma capa de jornal que o Jornal O Extra publicou em sua edição desta sexta-feira, onde diz que o Jornal não iria mais se referir ao goleiro Alex Muralha, pelo seu apelido, que é “Muralha”, devido as más atuações do arqueiro Rubro-Negro. Bandeira de Melo começou a coletiva assim:

Queria expressar minha revolta, que não é só minha, mas de todos nós aqui no Flamengo, dos atletas, funcionários e todos os torcedores que se manifestaram até agora comigo, com relação ao desrespeito do qual a instituição e o atleta foram vítimas nessa matéria do Extra. Já venho me manifestando há algum tempo no sentido de exigir respeito ao Flamengo e aos seus atletas em matérias e intervenções debochadas em programas. Já fui mau interpretado e tive minhas declarações distorcidas, mas nada chega perto do que aconteceu hoje.

O presidente Rubro-Negro relembrou que, além do profissional, há o aspecto humano do atleta.

-Estamos falando de um ser humano que tem filho, pai e mãe, como todos nós aqui, que foi vítima de uma covardia. Acho que em um momento no qual todos nós, inclusive da imprensa, estamos empenhados em acabar com a violência no futebol, uma matéria como a de hoje só contribui para incitar ânimos e ações violentas. Se alguma coisa acontecer com o Alex Muralha por causa disso, espero que os responsáveis se sintam ao menos um pouco tristes, porque o que foi feito é absolutamente inadmissível.

Bandeira de Mello disse que nenhuma ação será fita pelo clube ao veículo responsável pela matéria, mas propõe uma reflexão sobre o tom em que o goleiro foi tratado.

Em momento nenhum faço qualquer reparo à liberdade de opinião, à liberdade de imprensa. O Flamengo sempre prezou por isso. Jamais cercearemos o trabalho de vocês, inclusive o do veículo responsável por essa matéria, muito menos sobre opiniões técnicas sobre jogadores nossos, sobre o trabalho do time e sobre o meu trabalho. Todos têm o direito de ter suas opiniões. O que coloco aqui é simplesmente um repúdio em uma hora na qual tudo isso é extrapolado e a coisa resvala para o lado do deboche e do desrespeito, à instituição e ao ser humano.

 

Depois, foi a vez de Márcio Mac Culloch, diretor de comunicação do Flamengo, que comentou sobre o assunto:

Acho que cabe à comunicação do clube, na minha pessoa, se pronunciar. Se tem uma coisa que me orgulho em relação ao Flamengo nesse sentido é o relacionamento honesto que temos com todos os veículos e colegas que estão aqui todos os dias cobrindo o clube. Essa relação vai continuar sendo boa, pois acho que é assim que tem que ser. O Flamengo é um clube democrático também no trato com a imprensa.

Ainda com a palavra, o diretor falou sobre a Capa do jornal:

Respeito as críticas, fazem parte do jogo, e o que a gente acha hoje é que houve um exagero com ironia, uma passagem de tom em relação à matéria e mais especificamente, à capa. Não se trata de defender um ou outro atleta. É um papel do clube vir a público sempre que achar que os profissionais do clube estão sendo tratados de maneira injusta, e a comunicação sempre irá tentar fazer isso da melhor forma possível. Essa é mais uma maneira de explicar o nosso posicionamento em relação ao que aconteceu e torcer para que coisas assim não aconteçam novamente.

O goleiro Muralha, através de sua assessoria de imprensa, divulgou uma nota, onde fala sobre a capa do jornal. Confira a nota na íntegra:

Ao tomar conhecimento do que o Jornal EXTRA, veículo de imprensa de tanta credibilidade e força, escreveu hoje a meu respeito, eu só posso me sentir indignado. Uma coisa são as críticas que recebemos, e não sou contra, nos fazem crescer. Falhas fazem parte, em qualquer seguimento. Estamos todos sujeitos a isso e buscamos corrigi-las. Brincadeiras da torcida também são normais, o futebol mexe mesmo com todos os brasileiros mas outra coisa é mexer com o ser humano. Isso está longe de ser uma brincadeira. A palavra é humilhação, é execração pública. Seguiram linha semelhante a que usam ao se referirem a bandidos que cometem crimes. Sinceramente, eu me senti sendo ‘0chado’ como tal na capa do jornal. É muito sério. Foi um posicionamento de mau gosto e até irresponsável. O termo ‘vulgo’, que citam no texto a meu respeito, é normalmente usado para designar bandido e isso causa constrangimento. É um fato que pode até incitar a violência. Numa época tão difícil, em que a gente vê tanta barbaridade por aí, uma atitude como essa não contribui em nada, nem para o jornalismo esportivo e nem para o futebol. A notícia não pode perder para as piadas sem graça, que só quem teve a ideia deve estar rindo. Pelo menos, estou me sentindo abraçado, e aproveito para agradecer ao apoio que recebi da diretoria, da comissão técnica e de todos os meus companheiros,que ficaram tão revoltados quanto eu. E de vários torcedores nas redes sociais, que entendem a situação e percebem que somos humanos e sujeito a falhas. Por este motivo, me sinto fortalecido, mas não poderia deixar de expressar meu descontentamento”.

O Jornal O Extra também divulgou uma nota, confira:

O EXTRA esclarece que é o maior interessado em voltar a chamar Alex Roberto de Muralha, em respeito à história dele, à do Flamengo e à sua querida torcida. Mas só poderá fazê-lo assim que o goleiro fizer jus novamente ao apelido que tantas vezes estampamos. Não depende, portanto, só da nossa vontade, que é gigante. Se a atuação for de gala, o EXTRA passará a chamá-lo até de Muralha da China. Viva Alex, viva a torcida do Flamengo e, principalmente, viva o bom humor, que faz tanta falta ao futebol e, acreditamos, trilha um caminho oposto ao da violência. Aliás, curtimos a zoação nas redes sociais de que não chamarão mais o EXTRA de jornal. E para quem não entendeu o “comunicado” como brincadeira, o EXTRA pede desculpas sem nenhum problema, como sempre faz em casos semelhantes. Até a próxima peleja”.

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