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Brasil 3 x 0 Argentina

Brasil x Argentina no Mineirão, palco dos 7×1 em 2014. Onde nada poderia apagar a triste lembrança, mas que poderia ser respondida com um recomeço.

  • Brasil de Tite seria aquele que em determinado momento iria esperar, mas também avançar suas linhas e recuperar a bola de forma rápida.
    Argentina de Bauza seria aquela que iria esperar o Brasil todo o momento. Mas manter a posse de bola e não deixar o outro lado jogar.
  • 6 minutos e Fernandinho leva um amarelo por fazer falta em Messi. Tão cedo e a arbitragem já aparecia como um intruso no grande clássico por um cartão não merecido. Esse cartão forçou muitas vezes uma troca entre Fernandinho e Paulinho para o combate contra Messi quando tivesse a bola.
    Um jogo bastante faltoso mas sem violência no início, foi técnico.
    A melhor chance da Argentina foi com Biglia com uma finalização de média distância e Alisson faz uma grande defesa.
    24′ Coutinho trocando de lado e recebe um passe do Neymar que confundiu boa parte da marcação. Resultando sua obra individual clássica: chute de fora da área com o pé direito, caixa. 1-0.
    Argentina começou a se abrir, indo pra cima do Brasil. Chegava mas não criava.
    45′ Gabriel Jesus em profundidade para Neymar, o deixa em ótima condição de finalizar. 2-0.
    A entrada de Agüero no lugar de Perez no segundo tempo mostrava o desespero de Bauza para conseguir pelo menos 1 ponto. Fugindo de suas crenças futebolísticas. Arriscando na possibilidade de tomar mais gols.
    Paulinho perdeu uma ótima chance passando por Romero e quando finalizou, Zabaleta em cima da linha.
    13′ Lançamento de Marcelo e esforço do Renato Augusto para escorar para Paulinho. 3-0.
    Brasil com posse de bola e toques rápidos contra uma Argentina muito pilhada. Discussões, provocações e chegadas.

A Seleção Brasileira poderia ter feito mais gols pelas chances que criou, mas claro, pelo resultado estava de bom tamanho. Uma leitura categórica do jogo onde o coletivo andou de mãos dadas com o individual. O gol do Coutinho é exatamente isso. Você cria de forma coletiva mas tem o individual que pode resolver em certos lances.
Argentina por mais que tenha um ótimo poder ofensivo, é penalizada com sua defesa que sofre muitos gols.

  • Anulação de Lionel Messi:
    A ausência de Messi estava escrita desde a entrevista do Tite muito antes do jogo.
    Disse o técnico: “Não se para Messi e Neymar, se anula ações…”
    O que ele queria dizer com isso? Tite fez taticamente com o Messi a mesma coisa com o Neymar (do Santos) quando era técnico do Corinthians em 2012.
    Partida de semifinal da Libertadores da América 2012, Corinthians x Santos: Perceberam que Neymar jogava mais do lado esquerdo, onde danificava mais o seu adversário. Tite vendo isso, recuava mais o Jorge Henrique para apoiar Alessandro e nunca permitir o mano a mano. Uma marcação coletiva e sem espaços. Neymar ia para o meio onde suas características de dribles curtos tinham limitações. Sua ida para o meio de campo era uma armadilha na qual Ralf e Paulinho o aguardavam para anular todo seu futebol. Foi isso o que Tite fez.
    Todos sabem que existe uma grande diferença (seja tática, individual, coletiva ou até atitudes) entre Neymar e Messi, mas existem exemplos de anulações táticas com o argentino.
    Partida de Final da Copa América 2015, Argentina x Chile de Jorge Sampaoli: Messi foi marcado por um modelo não individual, mas coletivo e preparado. Chile conseguiu o empate e venceu nos pênaltis.
    Taticamente falando, Sampaoli sabe como marcar o Messi. Mas não existe garantia de que vai funcionar. Houve um confronto entre o Sevilla de Sampaoli x Barcelona nesse ano e o Messi destruiu o jogo.
    No clássico sul-americano funcionou. Messi foi anulado.
  • Dois trabalhos técnicos que começaram ao mesmo tempo. 5 partidas para cada lado:
    Bauza que joga defensivamente e espera que Messi resolva. Uma Argentina bastante desorganizada e sem boas atuações que mereça algum elogio. 5 partidas; 1 vitória; 3 empates; 1 derrota; 5 gols; 8 gols sofridos. Trabalho que resulta na 6° posição com 16 pontos nas Eliminatórias e com grandes chances de não se classificar para Copa do Mundo de 2018 na Rússia. É claro que Bauza não é técnico ideal para a AFA mas também não há soluções. Os melhores técnicos argentinos do futebol atual como Jorge Sampaoli do Sevilla, Mauricio Pochettino do Tottenham e Diego Simeone do Atlético de Madrid não sairiam de seus clubes em meio de temporada para limpar a bagunça. É preciso novos horizontes. Um técnico que tenha uma visão diferente, outra forma de ver o futebol.
    Tite tem o futebol eficiente. Não necessariamente bonito, mas um time que funciona, organizado. Sabe o que fazer no momento defensivo, de transição e ofensivo. Estudioso e atualizado que tem ótima visão do futebol moderno. 5 partidas; 5 vitórias; 15 gols; 1 gol sofrido (gol contra de Marquinhos na partida com a Colômbia). Trabalho que resulta na 1° posição com 24 pontos nas Eliminatórias.

Por: Patrick Manhães

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