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Precisamos falar sobre o Marinho

Em 2016 quando a compra do jogador Marinho foi anunciada pelo o então presidente Raimundo Viana, criou-se uma grande expectativa por parte da torcida de uma melhor qualificação do elenco. Em seu inicio o jogador enfrentou críticas e desconfiança, foi muitas vezes chamado de “delegado” pela sua característica inicial de sempre “prender a bola”. Com o tempo o atacante foi se adaptando, foi ganhando o apoio do torcedor com a sua entrega em campo, garra e seus dribles. Foi peça fundamental na fuga contra o rebaixamento, e como era de se esperar atraiu o interesse de vários times do país. Apesar da diretoria do rubro negro ter afirmado que não pretendia se desfazer do jogador, especulou-se propostas do Santos – SP, Palmeiras – SP, São Paulo, Flamengo – RJ, Botafogo – RJ e Grêmio – RS.

Criou-se então um grande movimento da mídia do sul e sudeste defendendo uma possível transferência de Marinho para os times considerados “grandes”, o que chamamos de lobby da mídia. Essa insistência dos veículos esportivos foi adicionando cada vez mais capítulos ao que já era a “novela Marinho”. Era comum acordar e ser informado por “eles” que o jogador tinha sido contratado pelo Santos-SP, almoçar sabendo que ele estava em Porto Alegre para assinar com o Grêmio-RS e descobrir no jantar que ele estava a caminho do Flamengo-RJ.

A diretoria sempre se posicionou contra a venda do jogador,  e que se algum time se interessasse em tira-lo da Toca do Leão, deveriam pagar a multa presente no contrato, no valor de 5 milhões de euros.

O interesse dos times do eixo fez com que muitos torcedores das respectivas instituições aceitassem o desafio de garantir a compra do jogador na “marra”. E começou assim um festival de insultos e preconceito para com a instituição Esporte Clube Vitória e a sua torcida, como se fôssemos obrigados a nos desfazer do jogador pelo simples fato dos “poderosos chefões” do futebol brasileiro terem se interessado por ele. Foram feitas propostas que no máximo criaram risos, de tão descuidadas que foram, mas que no fundo representavam o respeito, que falta, para com os clubes nordestinos. Houve até quem no Twitter sugerisse uma troca de jogadores com um adicional de rapadura (o pior é que é verídico), mal sabiam eles que gostamos mais de acarajé (as aulas de geografia no mínimo fizeram falta nesse momento).

O caso é que essa novela já teve capítulos por demais. O que muitos não entenderam é que Marinho não estava a venda, e que foram os demais clubes que se interessaram por ele. Então só vai as compras quem tem dinheiro. O jogador tem contrato com o Vitória até 2018, com multa de 5 milhões de euros, e como já dito pela diretoria do clube: “ele só sairá com a multa integral paga”.

Ontem o jogador pediu para se pronunciar na sala de imprensa do clube, o que foi aceito. Mas o que os gestores não imaginavam era o desrespeito com que seriam tratados. O jogador que é funcionário do Vitória comunicou sua saída para um time chinês sem antes isso ter sido definido com a diretoria. Uma forma deselegante de tentar forçar uma saída.

Entendo que o jogador tenha sido tentado pelo alto salário oferecido por uma equipe chinesa, mas o que não se pode deixar de frisar é que ele utilizou as dependências do clube para um ato de oportunismo. O clube investiu nele lá em 2016, quando ele estava encostado no Cruzeiro-MG, e ele assinou o contrato com vencimento em 2018 conscientemente e sabia do valor da multa, então o mínimo que se espera é que ele honre com seus compromissos.

E se fosse o contrário? E se ele não tivesse dado certo e o clube quisesse se desfazer dele sem pagar o que devia? Será que ele iria entender? Então, ou o Marinho cumpre com seus compromissos ou ele pague a multa integral, ou arranje quem o faça, e vá ser feliz.

No mais eu desejo toda a sorte do mundo para o jogador e sua família.

Saudações Rubro Negras!

Solta o Leão

 

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