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Campeonato do Prejuízo

Tá difícil de entender a matemática dos clubes cearenses no atual certame. Como esses clubes se mantém com tanto prejuízo acumulado? Um pequeno passeio pelos borderôs e percebe-se que a coisa não é nada animadora. Excetuando-se o jogo do Ceará no último domingo, todos os demais jogos de 2016 foram de prejuízo para os clubes.

Jogo                            RECEITA     DESPESA     PREJUÍZO
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Itapipoca x Uniclinic:        496,00          3.889,89        3.393,89
Maranguape x Icasa:      1.300,00          3.746,04          2.446,04
Fortaleza x Itapipoca:     9.524,00        18.775,74         9.251,74
Maranguape x Uniclinic:  674,00           3.543,49        2.869,49

Jogo                            RECEITA         DESPESA        LUCRO
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Tiradentes x Ceará:        74050,00          44709,10       29340,90

Todos sabemos que o futebol cearense se mantém graças aos jogos de Ceará e Fortaleza. Mas se pensarmos que nesse jogo contra o Ceará o Tiradentes lucrou R$ 29.340,90 e passará o restante do campeonato tomando prejuízo de dois a quatro mil reais por jogo, certamente esse pequeno lucro de domingo não será o suficiente. Ou a federação reinventa esse torneio de uma forma mais lucrativa, ou os clubes vão perder o interesse em disputar a competição porque da maneira como se inicia 2016 o torneio é completamente inviável.

Ainda não está incluso no prejuízo acima listado, o salário dos jogadores, as taxas para inscrição no torneio, as viagens de ônibus pelo estado, a manutenção dos campos de treino, a alimentação dos atletas, enfim, diversas outras despesas para se manter um time de futebol ativo.

Podem me falar que fora a renda dos jogos, que no caso inexiste, tem-se ainda cota de TV e patrocínios, mas sabemos que os patrocínios do estadual estão muito longe de serem grandes fortunas e a cota da Verdes Mares e TV Diário são irrisórias. O que mantém os clubes hoje são as verbas repassadas pelas prefeituras, ou seja, nosso futebol pode-se dizer, só existe ainda devido ao dinheiro público, o que é absurdo, pois as prefeituras do interior contam com poucas verbas para manter a cidade e ainda gastam o pouco que tem com clubes de futebol que são instituições privadas. Se depender da federação cearense e dos dirigentes dos clubes esse futebol está fadado ao fracasso porque não vejo nenhuma atitude que me leve a pensar que teremos um futuro diferente.

Quando vejo o caso da Copa do Nordeste, que é tão lucrativa, vejo uma saída para os principais clubes. Ceará e Fortaleza se mantém com o Brasileiro, Copa do Brasil e o Nordestão, mas os demais clubes eu confesso que ainda não entendi a matemática.

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