Entrevista com o meia Vinicius Kiss, do Paraná
Vinicius Kiss Silva Tobias nasceu dia 8 de junho de 1988 (29), em São Paulo. O atleta chegou no Paraná em agosto e vem se destacando e fazendo boas partidas.
1- Quais clubes você já passou e tem algum que você gostaria de voltar?
Resposta: Eu terminei minha formação e me profissionalizei no Figueirense, depois passei por muitos clubes, a grande maioria no interior de São Paulo, os principais foram Oeste, Linense, Red Bull e por último estava no São Bernardo, e também no interior de Minas os principais clubes foram Tupi, Ipatinga e Boa Esporte. Tive boas passagens por vários clubes, mas se fosse pra destacar um clube paulista e outro mineiro, destacaria o São Bernardo, onde fui o jogador com o maior número de jogos nesta temporada de 2017 e um dos artilheiros da equipe no ano, do lado mineiro destacaria o Tupi, clube que defendi em 62 partidas oficiais, participei da melhor campanha da história do clube na Copa do Brasil, participei do acesso a Série B do Brasileiro e permaneci para disputa da Série B no ano de 2016, acabando o ano de 2016 como o atleta com mais partidas no ano. Em relação à voltar a jogar por algum dos clubes que atuei, isso é circunstancial, voltaria a maioria dos clubes que já atuei, mas no momento não é algo que tenho em mente.
2- Como é pra você ser jogador do Paraná Clube nesse momento em que o clube esta vivendo?
Resposta: É especial estar jogando pelo Paraná Clube nesse momento especial na história do clube, uma espécie de ressurgimento de um clube que tem uma torcida muito apaixonada, um dos clubes de maior sucesso desde o ano de sua fundação em 1989 até metade dos anos 2000, um clube que tem em sua história até participação em Libertadores e vem à 10 anos disputando a Série B em busca de retornar a Série A. *Na nossa próxima partida nesta Série B que será terça-feira, mandaremos o jogo na Arena da Baixada são 40 mil ingressos vendidos de maneira antecipada, quebrando provavelmente o recorde de público do estádio, não é qualquer equipe que faz isso. O Paraná Clube é umas das grandes equipes do Brasil.
3- Se você não fosse jogador o que seria? É um sonho desde a infância? Em algum momento você já pensou em parar?
Resposta: Se não me tornasse atleta profissional de futebol, estaria formado em administração de empresas, trabalhando em alguma grande empresa provavelmente, sempre me dediquei aos estudos, ciente da realidade no futebol. O funil é muito apertado, sou um privilegiado de ter me tornado um atleta profissional e poder viver de uma profissão tão instável. A grande verdade é que aproximadamente 98% dos atletas profissionais de futebol apenas sobrevivem (com muita dificuldade) e apenas 2% atingiram um patamar onde é possível dar uma condição razoável à família e projetar alguma coisa pós futebol. Sempre sonhei em me tornar jogador de futebol, porém em determinado momento as dificuldades foram enormes, passei um ano (2006 ano em que completava 18 anos) sem clube em um período decisivo para alguém que tem o objetivo de jogar futebol profissionalmente, mas de 2007 em diante as coisas passaram a acontecer e segui adiante. Em relação à pensar em parar em algum momento, desde que me tornei atleta profissional meu único pensamento sempre foi fazer valer a pena todas as dificuldades, tudo que quem escolhe seguir esse caminho tem de abrir mão. São muitas renúncias, o futebol pode proporcionar muitas coisas, mas igualmente exige muito em troca, para que valha a pena precisamos abdicar de muita coisa.
4- Qual o jogo mais marcante da sua vida?
Resposta: Escolher um jogo mais marcante é difícil, a sensação de entrar em campo jogo após jogo é muito boa, é sempre uma realização, mas pra citar um diria o jogo contra o Atlético Paranaense pela Copa do Brasil onde eu atuava pelo Tupi, vencemos por 1×0 eu fiz um bonito gol, era também minha estréia pela equipe. Foi um dia especial.
5- O que o Vinicius de hoje diria para o Vinicius de 5 anos atrás?
Resposta: O Vinicius de hoje diria para o Vinicius de 5 anos atrás para que tenha paciência, saiba superar as dificuldades sem se precipitar nas suas ações e escolhas.
6- Como foi quando você chegou no Paraná? O grupo te acolheu logo de início?
Resposta: Minha chegada ao Paraná Clube foi na semana em que a equipe iniciava o segundo turno, assisti nossa vitória sobre o ABC por 1 a 0 dentro de casa, na rodada seguinte fiz minha estréia em um empate sem gols contra o Paysandu no Mangueirão. O grupo me acolheu muito bem, um grupo de jogadores que tem fome, atletas que buscam seu lugar ao Sol. O pensamento de todos é deixar uma marca positiva no clube, conquistar algo grande e a consequência disso será boa para o clube e boa para o grupo de atletas.
7- Uma pergunta super clichê mas que não pode faltar, você se espelha em algum jogador? Se sim, qual?
Resposta: Toda criança sonha em ser aquele jogador que faz muitos gols, que faz jogadas de efeito, então eu queria ser o Ronaldo Fenômeno, o Robinho. Com o passar dos anos eu passei a observar muito mais os jogadores que atuam na mesma faixa de campo que eu, era fã da classe que o Zidane mostrava em campo, Pirlo, Xavi, Iniesta, Gerard, mas a minha característica de jogo é mais de transição o que se aproxima mais de meio campistas como o Paulinho, Elias, Ramires, eu gostaria de ter um pouco de cada dos citados acima, rs.
8- Desde sua chegada, os perfis do clube passaram a fazer piadas saudáveis com o “kiss”, o que você acha disso?
Resposta: As brincadeiras em relação ao meu nome sempre existiram, aqui no Paraná os profissionais que cuidam das mídias sociais exploram bastante tudo o que possa voltar os olhos para o trabalho do Paraná Clube no geral. Vem dando resultado, o clube tem chamado atenção no mundo virtual pelo seu excelente trabalho de marketing aliado ao nosso desempenho esportivo que tem desde o início do ano se mostrado muito bom também.
*A entrevista foi respondida antes do jogo de terça-feira (03), contra o Internacional, por isso o motivo do atleta falar do jogo no futuro.