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Lutar com Fé

vila-renatinho

Não vai ser nada fácil para as duas equipes: sem G4, disputando o título e vaga para a Libertadores, tudo em 90 minutos.

Copa do Brasil me remete aquele quarteto santástico, criadores das dançinhas durante a comemoração do gol, dançarinos e meninos propaganda da Ceara, e algumas recordações chatas como aquela cena do Prof. Dorival Junior com Neymar juntamente ao Paulo Henrique Ganso estrelando o “Não vou sair não”, no primeiro jogo da final contra o Vitória em 2010, ocorrendo na Vila Belmiro emplacando o 2×0, com gols de Neymar e Marquinhos.

E não pense que foi fácil, na segunda partida, haja coração e cardiologista que preparasse o coração dos santistas durante 90 minutos, o Vitória ganhou do Peixe por 2×1, mas se não fosse o zagueiro Edu Dracena, iriamos para os pênaltis.

Balança mas não cai

Esse ano foi e está sendo recheado de lições, ganhamos o Paulista e afundamos no Brasileiro. Mas no final do túnel, havia uma esperança chamada Dorival Junior, amigo do Guardiola. A evolução desse time foi demais. O único jogo que a equipe perdeu dentro de casa foi contra o Grêmio por 3×1, com direito a lei do ex emplacada, Galhardo.

O time estava com faltava esquema tático e fez bonito:

Na zaga com Van Der Lei (não existe mais muralha de Berlim, mas existe a muralha da baixada), Gustavo Henrique (tem muita confiança e tranquilidade para desarmar, chama a responsabilidade) e David Braz (pegou mais segurança com o Prof. e vibra pra caramba, ele é santista não engana “nóis”)

As laterais formadas com Victor Ferraz (Daniel Guedes ajudou bastante quando ele estava machucado, muito obrigado) e Zeca (bateu na trave a transferência pros EUA, graças à Deus).

Pelo meio de campo fechadinho com Renatinho (elevou sua qualidade e confiança com o Dorival, terno e classe mais ainda), Lucas Lima (meia armador, formador de jogadas de Champions e Nasa) e Thiago Maia (resgatado da base, fruto dos meninos da Vila, está sendo essencial e decisivo).

E o contra-ataque que a zaga adversária treme, ou melhor, o ataque veloz formado por Gabriel (tá demais o moleque, mesmo perdendo o pênalti ele não se abalou e sabe de sua responsabilidade, e fez o gol. Amadureceu muito com a chegada do Dorival e mostrou garra e amor pelo peixão), Marquinhos Gabriel (mostrou para o que veio, foi um excelente substituto do Geuvanio e é titular absoluto, grande evolução) e o Pastor Oliveira (centroavante primordial e essencial para contemplar o time, artilheiro isolado desse ano).

Ele basicamente trocou:

  • Vladimir por Vanderlei
  • Werley por Gustavo Henrique
  • Chiquinho e Valencia por Zeca e Thiago Maia
  • Geuvanio* por Marquinhos Gabriel (*tinha se machucado)
  • Cicinho por Gabriel

É meus caros, e chegar até aqui foi com muito suor e garra, em intensos 12 jogos, o Santos chega a sua segunda final da Copa do BR e segunda final no ano, contando a reação do Brasileiro e desfalques, é sensacional o trabalho do Dorival, que soube conciliar os dois ao mesmo tempo.

De um passado e um presente só de glórias.

De um passado e um presente só de glórias.

Tragetória do Peixe na Copa do Brasil:

  • Primeira fase: Londrina, ganhando dentro e fora de casa pelo placar de 1×0 nos dois jogos (sendo que no segundo jogo o time era misto);
  • Segunda fase: Maringá, empatando fora de casa por 2×2 com o time reserva, onde estava ganhando até o finalzinho do jogo, o Maringá empatar. E assim, ganhou na Vila por 1×0 (sofrido);
  • Terceira fase: campeão de 87, Sport, perdendo fora de casa por 2×1 e consagrando por 3×1 em casa (a partir desse jogo, Dorival começou a comandar);

Durante as três primeiras fases, os jogadores: Lucas Crispim (emprestado pro Joinville), Elano (emprestado para um time da Índia) Robinho (foi para a China), Valencia (machucou em um jogo da Colômbia, + de 180 dias fora dos gramados), Cicinho (foi para um time da Bulgária), Caju, Chiquinho, Lucas Otávio e Paulo Ricardo (estão no banco de reservas, atualmente) jogaram a maioria das partidas como titulares na Copa do Brasil.

  • Oitavas de final: ganhando dentro e fora de casa pelo Corinthians. No primeiro jogo por 2×0 e no segundo por 2×1 com a Arena Corinthians lotada, foi muita emoção.
  • Quartas de final: Figueirense, fora e dentro de casa (Pacaembu) ganhamos. Não foi nada fácil, primeiro jogo pelo placar de 1×0 e o segundo com 30 mil pessoas cantando, emplacando 3×2, em um jogo lindíssimo.
  • Semifinal: São Paulo, dentro e fora de casa, o Peixe ganhou pelo mesmo placar nos dois jogos: 3×1.

Agora é final: tudo ou nada!

O Leão do Mar tem uma vantagem de 1 gol de diferença, com INÚMEROS gols perdidos no primeiro jogo: um pênalti e o gol de 1% do Nilson. Não há favorito, tudo é possível nesses últimos 90 minutos. Santos saiu na frente, porém o Palmeiras tem o fator casa onde é muito forte, ainda mais com o apoio da torcida apaixonada. Os dois times são merecedores, chegaram aqui por mérito e não é à toa que seja a segunda final no ano se enfrentando.

Em 98, Santos perdeu a vaga para a final da Copa do BR ao Palmeiras, onde os dois jogos foram empatados, mas o Verdão fez a melhor campanha, assim, saiu na frente (naquela época não tinha disputa de pênaltis nos mata-mata). Primeiro jogo, no antigo Palestra Italia, pelo placar de 1×1. E o segundo jogo, na Vila Belmiro por 2×2. Assim, o Porco eliminou o Alvinegro e foi campeão da Copa em cima do Cruzeiro.

Agora é reação, Alvinegro.

Batalhou, reagiu, enfrentou, ganhou, perdeu, superou, apanhou e se levantou. Esse é nosso DNA: reagir e levantar para a próxima batalha. Nos derrubam e levantamos mais fortes. Se erramos, aprendemos e consertamos. Somos aqueles que poucos acreditavam. Somos o amante das quatro linhas e apaixonados pela redondinha, onde nenhum dinheiro compra esse amor. Somos os apaixonados pelo manto branco, símbolo de um time que parou uma guerra. Somos o fruto das oportunidades para base. Somos os que acolhem o menino que jogava na rua, quando sua bola era uma latinha. Somos o eterno menino e menina da Vila.

Até porque, quem não quer jogar onde Pelé, Robinho e Neymar foram revelados? Temos fé e esperança no time, batalhamos e não vamos desistir. Não foi fácil a trilha e não devemos abaixar a cabeça.

Vila Belmiro, o templo sagrado.

Vila Belmiro, o templo sagrado.

Não temos a Arena mais moderna do Mundo, ou até mesmo a maior. Mas temos um templo, chamado estádio Urbano Caldeira, mais conhecido com Vila Belmiro, onde o futebol respira. É coladinho e recheado de histórias. Não é moderna, não é grande, mas o bicho pega. Cabe 20 mil, mas com sensação de 60 mil. Nos alambrados colocaram vidros e camarotes, mas sempre será o fruto e raiz do futebol.

Somos contra tudo e todos. Somos a nação alvinegra.

E a reação não parou, não vai parar, hoje e nunca.

Que vença o melhor.

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