A saga alvinegra no 1º turno: Do descrédito ao 2º lugar.
- Updated: 5 de agosto de 2016
Crédito: Foto / Jornal O Povo.
O Ceará Sporting Club, antes tido como equipe que disputaria por meio de tabela. Mostrou um time compacto e com opções, chegando ao segundo lugar da competição no 1º turno.
O Alvinegro Cearense, fez um péssimo primeiro semestre. Com eliminações amargas no Campeonato Estadual (na segunda fase, mesmo tendo a melhor pontuação entre as equipes juntando as duas fases) e na Copa do Nordeste (derrota em casa para o Santa Cruz, que antes do confronto estava desestruturada). Os palpites eram de um clube que brigaria pelo meio da tabela, com poucas chances de ascender na briga pelo G4. As contratações iniciais para a Série B não foram animadoras, primeiro pelo técnico Sérgio Soares, que já havia treinado o time por duas vezes, sem conseguir o acesso. Em termos de jogadores, o zagueiro Ewerton Páscoa, o lateral-direito Eduardo, o lateral-esquerdo Thallyson, o meia Tomas Bastos e Ricardinho, não eram nomes conclamados entre a torcida. A nebulosidade pairava no céu de Carlos de Alencar Pinto.
Na primeira rodada, os prognósticos foram confirmados, a equipe vencia o Paysandu por 2 a 0 e cedeu o empate, a apatia bateu na torcida, vendo que a situação não parecia confortável. Na rodada seguinte, o CRB fora de casa, o primeiro tempo foi de domínio regatiano, Everson, mostrou sua importância fechando a meta, no segundo tempo, um erro e gol contra, a porta se abriu e o placar de 3 a 0 para o Ceará se confirmou, resultado atípico, porém importante. No terceiro embate, o Atlético-GO 100% e continuou, um detalhe, um gol e a única derrota em casa. Na quarta rodada, a desorganização foi gigantesca, lamentável o desempenho da equipe que levou 3 gols de Willian, apesar da reação, o Avaí ganhou de 4 a 2.
Parecia mais um ano perdido, um ano de lamentações e resultados pífios, o Z4 estava perto. A reação teria que vir logo e veio. O clube enfrentou o Goiás em casa, abriu vantagem e o esmeraldino diminuiu, a ansiedade pela vitória era latente e conseguiram, 2 a 1, depois disso, a equipe se tornou outra. No sexto confronto, o Sampaio Corrêa, na última posição, fora de casa, foi complicado, mesmo com a expulsão de um atleta do Paiô, 3 a 2 e os trilhos foram colocados, segundo triunfo seguido. No embate seguinte, o Londrina em casa, Rafael Costa definiu o resultado, a defesa foi segura, 1 a 0 e nada mais. Na oitava rodada, uma noite para se esquecer, uma partida ridícula, mais uma na história de jogos em Lucas do Rio Verde/MT, Luverdense 2×0 sem muito esforço. Mesmo assim, o elenco já estava perto do seu objetivo, o G4.
Voltando para casa, Bill, antes contestado pelo rendimento abaixo das expectativas, voltou a ser o artilheiro de outros tempos. 3 gols contra a arrumada equipe do Brasil de Pelotas, show e baile alvinegro no embalo de uma terça-feira. Na décima partida, o Joinville na zona de rebaixamento, apesar de ter vencido e eliminado o JEC na Copa do Brasil, o embate foi ruim e o empate de 1 a 1 foi justo pela falta de inspiração de ambos. Nesta próxima rodada, um adendo, uma contratação que por muitos era desnecessária foi primordial na sequência. O meia Wescley, que teve uma passagem razoável ano passado, teve sua contratação viabilizada, tirando o extra-campo, na estreia contra o Oeste, fez o gol da vitória, importante resultado, contra uma equipe ajustada e com um projeto de futebol diferente do usual. Na décima segunda rodada, o segundo lugar foi conquistado, primeiro tempo arrasador e segundo tempo mediano, 2 a 1 contra o Náutico e a torcida foi ao delírio.
Outro jogo fora de casa e a história se repetiu, performance de baixo nível e um empate contra o Bragantino, que estava no Z4. No décimo quarto confronto, em casa, Rafael Costa foi decisivo novamente, 1 a 0, partida tranquila e sem sustos contra o Bahia. Porém a síndrome de “Madre Teresa de Calcutá” veio a tona, virada e derrota fora de casa, contra o Tupi , último colocado na época por 2 a 1. Caso não fosse esses pontos perdidos, o clube poderia estar na liderança. No embate seguinte, Criciúma em casa, jogo equilibrado, Wescley em grande jogada e gol de Bill, 1 a 0, nada mais importa, três pontos na caixa.
Na décima sétima rodada, O Vila Nova no estádio OBA em Goiânia, partida de sete gols, dois pênaltis para o adversário, sete minutos de acréscimos e muita reclamação dos jogadores alvinegros. Tirando a parte da arbitragem, a equipe foi coesa, reflexo de um elenco unido, como em 2009 estava. Na penúltima partida, o Paraná fora de casa, belo gol de Willian Henrique, que mesmo sendo atacante, não balançava as redes fazia dois anos, o pranto veio, contudo o triunfo não. Um erro defensivo e o empate foi consumado e o tabu ainda não foi quebrado. Para finalizar, o anseio de um embate contra o líder e grande Vasco, 56 mil torcedores fizeram a festa, o terceiro maior público do país do ano. O primeiro tempo, Ceará superior, merecia um gol, no entanto Bill machucado fez falta no comando de ataque. Segundo tempo normal de ambas as equipes, resultado de 0x0, o que não apaga o excelente primeiro turno, principalmente em jogos de maior complexidade.
Agora, faltam 19 rodadas, mantendo o nível de pontuação em casa e parando de perder pontos contra times do Z4, o acesso vêm, quem sabe até o título, não é impossível. Ciel está sendo regularizado e quando estiver tudo acertado, será uma importante peça no ataque. A torcida mesmo sendo uma das maiores médias da competição, tem que abraçar a causa e ir ao estádio, mais uma chance de acesso está a vista, só falta a regularidade, que não se teve em 2013 e 2014. Com tranquilidade, humildade e trabalho, o Ceará chegará ao nível dos 20 melhores do país, a tão cobiçada Série A.