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Honrando o nome
- Updated: 9 de agosto de 2016
Faremos uma retrospectiva, para retomar o acontecimento mais importante da Inter nos últimos anos.
Há um pouco mais de 2 meses, foi confirmado que o grupo investidor chinês Suning se tornou proprietário de quase 70% do Internazionale de Milão. 68,55% para ser mais exato. Enquanto Erick Thohir, o “antigo” dono fica com 29,5% e os intermináveis Moratti continuam com 31%. A fração restante fica a cargo de investidores menores. Especula-se que o grupo chinês pagou certo de 270 milhões de euros na operação. Uma parte deste dinheiro foi para Thohir e outra parte se direcionou para a família Moratti.
Foi de fato, um negócio da China para Erick Thohir. O Indonésio continua oficialmente como presidentes interista, mesmo não sendo mais o acionista majoritário do clube.
O que causa certa estranheza para os torcedores nerazzurri é a falta de transparência, digamos assim, desta transação. Não apenas se tratando sobre valores. O que temos de informação são frutos de pura especulação dos jornais italianos, mas principalmente sobre qual rumo o Suning Group deseja dar a Internazionale. Sabemos apenas que uma espécie de conselho gestor será formado para traçar as metas do clube para as próximas temporadas, e enfim solucionar o entrave com a UEFA sobre o Fair Play Financeiro. (Para quem não sabe, o Fair Play Financeiro é uma política da entidade europeia para controlar os gastos dos clubes. Basicamente, os clubes não podem ter suas dívidas maiores que seus rendimentos. A Inter foi punida por acumular uma dívida de aproximadamente R$ 600 milhões nas ultimas temporadas. Além da punição financeira, a UEFA também pode excluir clubes das competições caso a regra do FPF não for cumprida, como aconteceu com o Galatasaray este ano).
Por contrato, o Suning Group se compromete a investir cerca de 700 milhões de euros na Inter, desde a quitação das dívidas a contratações. Comenta-se que o grupo chinês comprará o restante das ações no futuro, para assim assumir o controle total do clube. Espera-se que esse valor de investimento ainda cresça, tenho em vista o montante que o grupo faturou em 2015: 15 bilhões de dólares.
A princípio, as coisas devem melhorar pelos lados de Appiano Gentile. Contratações foram feitas, e contratações de um bom nível, diga-se de passagem. Os excelentes Ever Banega e Antonio Candreva chegam para reforçar um setor que foi a grande dor de cabeça da Inter na temporada 2015/2016. Ansaldi e Caner Erkin vieram para dar um equilíbrio maior nas laterais. Mas torcedor interista, não se iluda. A Internazionale não vai virar um Chelsea ou um PSG da vida, com um caminhão de dinheiro a disposição. Pelo menos não por enquanto.
Para a Suning, a Inter é o primeiro de vários de investimentos, até mesmo dentro da Itália. Um projeto que se baseia no City Football Group, que administra, o Manchester City. A escolha da Inter não é por acaso, já que o grupo é parceiro antigo de Thohir, que é um homem forte dentro do cenário esportivo asiático, e um conhecido investidor nos EUA. Também há de se constatar, a alto número de simpatizantes da Internazionale na China. Um pouco mais de 100 milhões, segundo pesquisa.
Dentre as poucas coisas que podemos ter acesso sobre as metas do Suning Group em relação a Inter, podemos constatar que a primeira coisa a ser feita é arrumar a casa. Nos últimos anos, a Internazionale vivia uma conturbada vida política. A família Moratti perdeu a mão no comando, chegou Thohir e não fez muita coisa. Isso, inevitavelmente influenciou no desempenho do clube em campo. Em 5 anos, o torcedor viu a Inter decair de campeão do mundo, para um clube que comemora vaga na fase de grupos da Liga Europa. A qualidade técnica do grupo decaiu. Viu seu domínio no país rumar para os lados de Turim. Viu também, a impressionante ascensão do Napoli, e perda de terreno para a Roma. De alento para os torcedores, o fato de que o Milan está na mesma situação, ou até pior que a Inter.
Não precisa ser um PhD em gerenciamento esportivo para se ter a noção que a Internazionale, para voltar ao topo do cenário europeu, precisa primeiro se organizar internamente. Dispensar aqueles que colocam seus interesses pessoais em primeiro lugar. Ouviu família Moratti? Despejar uma montanha de euros em cima do clube neste momento não vai ajudar na resolução total dos problemas. O clube precisa se organizar. Definir quem vai comandar e como vai comandar, e assim passar para os problemas dentro de campo. Hoje, falando em aspirações na temporada, é difícil fazer frente do Juventus, ainda soberano na Itália. A meta de voltar a Liga dos Campeões é totalmente acessível. Na Liga Europa, chegar as quartas de finais, ou quem sabe até as semi-finais, já está muito bom tamanho, tendo em vista que nesta fase, provavelmente estarão equipes mais acertadas que a Inter.
Mais do que qualquer outra coisa, a torcida precisa ter paciência. Paciência para entender que o projeto do Suning Group, mesmo sem ter muitas coisas divulgadas, é de longo prazo. A Inter não vai voltar ao cenário dos gigantes europeus da noite pro dia. 2016/2017 será uma temporada de incógnitas para a Inter. Reforços chegaram, mas não sabemos como a equipe vai se portar dentro de campo com todas essas mudanças internas acontecendo. O projeto dos chineses, como já percebemos, é ambicioso. Torcemos que o retorno esportivo da Inter seja tão grande quanto o prometido investimento.
Amala!