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Estação Copa do Mundo: O time do povo se encontra no Irã

Imagem: AP Photo/Vahid Salemi.

A Seleção Iraniana de Futebol foi a terceira equipe a se classificar para a Copa do Mundo da Rússia 2018, sendo a quinta participação na competição, o time se baseia na defesa forte para conquistar bons resultados

 

A História do Futebol no Irã:

 

O futebol chegou ao país asiático de forma tardia no auge da primeira guerra mundial, anos após em 1920 foi formada a Seleção Iraniana de Futebol, seu primeiro jogo internacional aconteceu em 1941, empate por 0 a 0 contra o Afeganistão e a FIFA aceitou como membro em 1945. O Time do Povo (Team Melli) como se denominam tem uma torcida apaixonada (75 milhões de habitantes) e acompanham sua seleção mesmo fora de seus domínios, a equipe sedia seus embates no Estádio Azadi (em português Liberdade) contendo a capacidade de 100 mil espectadores, sua inauguração foi em 1973.

Na década de 1960 e 1970, o Irã se tornou um dos grandes no futebol asiáticos após conquistar de forma consecutiva em três oportunidades a Copa da Ásia (1968, 1972 e 1976). Em 1968, era o dono da casa e foi logo para a fase final juntamente com Israel (campeão da edição anterior), Myanmar, Hong Kong e Taipei, vencendo todos os duelos, 100% de aproveitamento. Na edição seguinte em 1972, um campeonato resumido com seis seleções, o Irã venceu seus dois jogos na primeira fase e superou Camboja e Coreia do Sul nas fases eliminatórias, ambos por 2 a 1. No mesmo ano superou o Brasil por 1 a 0 em um amistoso confirmando sua força na modalidade.

No terceiro título, houve as desistências de três seleções (Arábia Saudita, Coreia do Sul e Tailândia) assim a disputa se resumiu a seis equipes, na primeira fase dois triunfos no Grupo B (com direito a um 8 a 0 no Iêmen) e vitórias sobre China (2 a 0) e Kuwait (1 a 0) na final, todas as conquistas com 100% de aproveitamento. Aproveitando seu bom momento, chegou na Copa do Mundo de 1978, porém não teve o mesmo sucesso, perdeu para a Holanda (3 a 0) e Peru (por 4 a 1), mas empatou com a Escócia por 1 a 1 e deixou o campeonato com honra.

Imagem: AP Photo/Vahid Salemi.

 

O declínio Pós-Revolução e a retomada de crescimento:

 

Em 1979 ocorreu a Revolução onde tornou o Irã em uma República Islâmica comandada por Aiatolá (O chefe-mor da religião islâmica), após isso, as guerras e os problemas internos acabaram por cessar a evolução do futebol iraniano. A liga nacional foi extinta e a Seleção deixou de participar das Eliminatórias (1982 e 1986) por discordar da medida de segurança imposta pela FIFA em sediar partidas num campo neutro. No fim da década de 1980 apesar da opressão imposta pelos conflitos, o futebol iraniano iniciou seu processo de ressurgimento.

A Liga Iraniana voltou em 1989 e nos anos 1990 criou-se uma nova geração de bons atletas (como Ali Daei, passou pelo Bayern de Munique e Mehdi Mahdavikia com passagem pelo Hamburgo). Após duas tentativas frustradas de chegar a Copa do Mundo (1990 e 1994), se classificou em 1998 ao superar a Austrália na repescagem. Sua participação foi digna, perdeu para a Iugoslávia (por 1 a 0) e a Alemanha (por 2 a 1), mas consegui sua primeira vitória contra os Estados Unidos (2 a 1) apesar do clima hostil antes da partida, as seleções tiraram fotos juntas e trocaram presentes.

Em 2005 o ápice do futebol iraniano, a equipe se classificou juntamente com o Japão para a disputa da Copa do Mundo em 2006 de forma tranquila, isso causou uma euforia com a sua torcida que viu o Irã ser considerada a 13ª melhor seleção do mundo pela FIFA em seu ranking. Porém a situação foi diferente na competição, foi superado pelo México (3 a 1) e por Portugal (2 a 0) e empatou com a Seleção de Angola (por 1 a 1), deixando uma grande oportunidade de vencer novamente na competição para trás.

A sua última participação na Copa do Mundo foi em 2014 no Brasil, empatou por 0 a 0 contra a Nigéria (primeira vez que não levava gol em uma partida do campeonato), mas perdeu para a Argentina por 1 a 0 (gol de Messi nos acréscimos) e para a Bósnia (3 a 1, gol de Reza Ghoochannejhad partida com o menor público da competição). Para 2018 o que surpreende é o número de gols que levou na terceira fase das Eliminatórias (zero em oito jogos enfrentando Coreia do Sul, Uzbequistão, Síria, Catar e China).

Imagem: Divulgação/FIFA/AFP.

 

Seleção (Principais nomes):

 

O treinador é o renomado português Carlos Queiroz (com passagens por Real Madrid, foi auxiliar no Manchester United e Seleção de Portugal), ele é um dos grandes nomes na implementação do futebol defensivo de qualidade e com jogadores de certo renome em termos ofensivos.

 

O zagueiro Pejman Montazeri, do Al Ahli (Catar)

O lateral-esquerdo Ramin Rezaeian, do Oostende (Bélgica)

Os meias Masoud Shojaei, do Panionios (Grécia) e Alireza Jahanbakhsh, do Az Alkmaar (Holanda)

Os atacantes Karim Ansarifard, do Olympiakos (Grécia) e Reza Ghoochannejhad, do Heerenveen (Holanda)

Imagem: Divulgação/FIFA/AFP.

 

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