Há 14 anos, Santos retomava o caminho das conquistas
- Updated: 15 de dezembro de 2016
O dia 15 de Dezembro de 2002 foi marcado na história do Santos Futebol Clube, como “O Dia do Retorno às Conquistas”. Foram 18 anos de espera, sofrimento, frustrações e alvo fácil de piadas entre os torcedores. É fato que neste período, o time santista passou perto várias vezes, como em 1995, quando a geração liderada por Giovanni e Robert foram derrotados na final do Brasileirão pelo Botafogo/RJ, após erros da arbitragem. Ao longo deste jejum, grandes equipes foram montadas, com jogadores em grande fase como Edmundo, Viola, Rincón, Marcelinho Carioca, Carlos Germano, Zetti entre outros mais. Mais nada do tão sonhado título chegar.
Em 2002, em dificuldades financeiras, poucas contratações aconteceram. O time não participou do Paulista, pois o campeonato foi disputado apenas pelas equipes do interior, e os “grandes” participaram da Copa Rio São Paulo, vencida pelo Corinthians. Pela Copa do Brasil, foi eliminado pelo Internacional, logo na segunda fase. Restava apenas o Campeonato Brasileiro. O treinador Emerson Leão montou seu time buscando as peças em um local santista que nunca deixou treinador nenhum na mão; a base. Vários jogadores daquele time vieram da base, inclusive os maiores destaques, franzinos e de pouca idade, Diego e Robinho. O time se classificou para o mata mata em 8º lugar, na última colocação dos classificados, por ter alcançado saldo de gols maior que o Cruzeiro.
No primeiro confronto do mata mata, o Santos enfrentou o São Paulo, time de melhor campanha até o momento. Na Vila Belmiro, o Peixe saiu em vantagem, com o placar de 3 x 1 e no jogo de volta, no Morumbi, nova vitória do Santos por 2 x 1 colocou o time nas semifinais, após show de Diego e Robinho, nas duas partidas. As semifinais foram contra o Grêmio, e mais uma vez o jogo da Vila Belmiro foi decisivo, com vitória do Peixe por 3 x 1, com mais uma atuação inesquecível da dupla santista. No jogo de volta, a derrota por 1 x 0 para o time gremista não foi suficiente para atrapalhar a trajetória santista, e a vaga na final foi garantida, após 7 anos da última decisão nacional. Do outro lado do chaveamento veio o Corinthians, que atropelou o Atlético/MG e despachou o Fluminense, chegando na final como favorito à conquista.
Os dois jogos da final foram disputados na capital paulista, no estádio do Morumbi. Na primeira partida, o time santista saiu vencedor com o placar de 2 x 0, gols de Alberto e Renato, o que garantiu para o jogo decisivo a vantagem. O sonho de enfim acabar com o jejum tomou conta da torcida santista, e no jogo decisivo compareceu em peso no Morumbi, para a partida decisiva. A segunda partida inicia e com menos de 1 minuto, o time santista vê que as coisas começavam a complicar. O meia Diego, principal jogador na articulação do time sente contusão na coxa e sai de campo aos prantos. Em seu lugar entra Robert. O que parecia ser algo que poderia prejudicar o time, só parecia. Robinho, que vinha de boas atuações nos jogos anteriores chamou a responsabilidade da partida e “arrebentou” com o jogo. Robinho protagonizou um dos lances mais geniais de toda sua carreta, quando 37 minutos do primeiro tempo, em jogada individual, partiu pra cima do lateral Rogério e em um lance com 8 pedaladas, o craque parou apenas derrubado dentro da área e o juiz assinalando pênalti. Robinho se levantou, pegou a bola e chamou de vez a responsabilidade. Em cobrança perfeita, colocou o time a frente e assim terminou o primeiro. No início do segundo tempo, o time santista tem nova baixa. O treinador Emerson Leão é expulso e desestabilizou o time, que começou a bater cabeça em campo, brigar entre si e viu o Corinthians virar a partida. Mas o dia era dele, Robinho. Aos 43 do segundo tempo, Robinho, que fora caçado em campo o tempo todo, escapou de mais uma falta e pela direita fez grande jogada, e deu um presentão para Elano, que estufou as redes, empatando a partida. O estádio foi ao delírio, enfim o título santista estava muito, mas muito próximo mesmo. 4 minutos depois, Robinho novamente, desta vez pela esquerda deixou dois adversários para trás e deixou Léo livre para marcar o gol do título e tirar o time santista de 18 anos sem conquistas.
Ao todo, foram 31 jogos, com 16 vitórias, 6 empates e 9 derrotas, com 59 gols marcados e 41 sofridos. O time titular campeão era: Fábio Costa, Maurinho, Alex, André Luis e Léo; Paulo almeida, Renato, Elano e Diego, Robinho e Alberto. Treinador: Emerson Leão