Desculpe o transtorno, precisamos falar que o campeão voltou!
- Updated: 8 de dezembro de 2016
Precisamos falar que não foi qualquer título. Não foi qualquer emoção. Não foi qualquer orgulho que sentimos. Precisamos dizer que somos Pentacampeões. Precisamos dizer que deu Grêmio outra vez.
O grito entalado finalmente pode ser colocado pra fora: “É CAMPEÃO”! Parece que o destino sabia que erguer a Taça da Copa do Brasil no dia 7 de dezembro não era uma mera coincidência, porque no dia seguinte a nossa casa, a nossa Arena completaria 4 anos desde sua inauguração. Confesso que nesse jejum de 15 anos pensei que nunca chegaria a nossa vez, mas se duvidei desse Grêmio por um segundo, no outro eu já estava disposta a amá-lo incondicionalmente por pelo menos mais mil anos.
A quarta-feira do dia 7 de dezembro, com certeza, foi a mais longa vivida por todos os gremistas. A ansiedade tomou conta de todos os corações. Cada um de sua maneira. Alguns não dormiam, outros não comiam, outros roíam as unhas… Sou do grupo que fazia tudo isso junto tamanha era a ansiedade. Acho que no fundo todos sabiam que daria Grêmio, mas o medo nos fazia duvidar. Já havíamos chegado tão perto tantas vezes. O relógio parecia não andar.
Obrigada, Grêmio, pela oportunidade de homenagear a Chapecoense mais um vez e dessa vez com toda torcida reunida. Obrigada pelo minuto de silêncio mais lindo que todos nós já vimos. Mas eu te agradeço mesmo, meu Grêmio, por fazer de tua torcida pessoas melhores. Por nos ensinar a respeitar, a amar como se não houvesse amanhã e, principalmente, por nos ensinar a ter empatia. Obrigada por nos fazer sentir orgulho, não só da tua história e dos teus títulos conquistados, mas também do time humano que és. Por se importar com o próximo e sempre ser um exemplo pra cada um de seus torcedores.
Foi o maior misto de sensações com o apito para o início do jogo. A maioria dos torcedores ainda estava muito abalados e com lágrimas nos olhos depois de toda homenagem a Chapecoense e perceber o quanto o futebol é incrível. Aos poucos os gritos e a banda contagiou a todos com uma mistura de paz e alegria. Paz por saber que os heróis estariam feliz com toda essa festa, alegria por saber que conquistamos muito até chegar numa final. Sabíamos que era a nossa noite. Sabíamos que os meninos não deixariam esse título escapar.
Quase tivemos alguns ataques cardíacos no primeiro tempo. 0x0. A torcida do galo ainda gritava um “Eu Acredito”, vi de perto eles apoiando e cantando a cada chance de gol, a cada falta perto da área. Confesso que no intervalo, olhava ao redor e só sabia pensar “ARENA, TU ÉS MESMO MONUMENTAL”. Todos presentes entenderam de fato a parte que sempre cantávamos “Arena é um carnaval”. Realmente.
O segundo tempo começou. A torcida olhava pros meninos e era notório o orgulho que todos sentiam. Toda a torcida cantava “Hoje eu vim te apoiar, para te ver campeão, para te ver ganhar”. Sentíamos que estava próximo, precisávamos da confirmação. Douglas sai com muitos aplausos, entra Bolaños. Mais uma aposta certa do nosso ídolo Renato Portaluppi, pois foi ele mesmo que marcou o gol que levou toda a torcida ao descontrole. Eram gritos tão altos que descobrimos naquele momento que nossas gargantas podiam gritar tão alto. Não tínhamos mais voz, mas achamos e descobrimos juntos que ainda dava de gritar mais. Todos gritavam para que o Brasil inteiro ouvir que era real. Que estava acontecendo. Que o campeão nunca tinha morrido, só estava se preparando pra vôos mais altos. 1×1.
A Arena se encheu de vida junto com todos os fogos e luzes que ouvíamos, víamos e, principalmente, sentíamos. Os fogos pareciam mais uma coroa por cima da nossa casa. Estavamos sendo coroados. Não existia time mais merecedor que o Grêmio. Perdi as forças nas pernas, me deixei cair apoiada pelos joelhos e chorava lágrimas de alegria e de orgulho. Olhava para os meninos num abraço coletivo tão gostoso que a metros de distância eu conseguia sentir. Meu coração estava lá. O Rei das Copas estava de volta. Era o fim de toda uma espera. Era o fim dos 15 anos de jejum que pouco importava para nós, pois nosso amor nunca foi movido por títulos. A torcida gritava o nome dos jogadores e gritava o nome de Renato que venerava a torcida com gestos. Renato, tu és o nosso Ídolo e digno de todos os aplausos e gratidão.
Obrigada, Renato, por trazer de volta o nosso Grêmio copeiro. Obrigada pela história que tu tens dentro do clube e da história que ainda está escrevendo. Obrigada por acreditar quando ninguém mais acreditou. Obrigada por nos fazer imaginar em todos os jogos o que fala no vestiário por entendermos a moral e a história que tens aqui.
A história que esse clube tem é incontável, só quem sente entende. Um time imortal, de vitórias inacreditáveis. De heróis e de raça. Com uma torcida completamente preparada pra torcer e acreditar até o último segundo, com corações grandes, mas que pensa que o amor pelo Grêmio não cabe em um só coração tamanha é a proporção do que sentimos. E hoje finalmente podemos dizer um “Obrigada, Olímpico” junto com um “AGORA É A TUA VEZ DE ESCREVER UMA HISTÓRIA AINDA MAIOR, ARENA”
Grêmio, somos outra vez eu e você. Tua torcida e toda tua grandeza. Outra vez um turbilhão de sentimentos bons. A certeza que nossas crianças hoje conhecem um Grêmio copeiro pessoalmente, não só de vídeos na internet, fotos e histórias contadas. Afinal, a história que mais queremos contar é a que hoje tu és Pentacampeão. Obrigada pelo dia 7 dezembro, mas obrigada também por todos os outros dias que nos ensinaram a te amar por quem tu és. És Grêmio. Copeiro. Maior Campeão da história da Copa do Brasil.
“Tu és a vida, tu és a paixão, o sentimento vai além da razão. E não importa se perder ou ganhar o tempo inteiro eu vou te apoiar.”