Torcer e não adoecer: entenda como torcer pro Grêmio FBPA
- Updated: 24 de novembro de 2016
Ser gremista nos dias de hoje, é coisa para apaixonado, ou melhor, coisa para louco. Requer um exame cardíaco a cada semana, só pra ter o controle. E sabemos que não é nada fácil, torcer, chorar, vibrar, tudo na mesma intensidade. Mas apenas com uma convicção: expressamos todos esses sentimentos, como se fosse o último jogo, uma partida decisiva. E sabendo que muitas vezes o resultado não fica a nosso favor, lá estamos nós no próximo jogo, reagindo da mesma maneira.
Na boa, na ruim, na ótima, na eliminação e até na série B, o Grêmio jamais deixou de ser o Imortal. Mesmo com os outros (colorados ou não), dizendo que somos o Imortal que mais morre. Não acho que seja verdade. Mas sabemos da loucura que é e da pressão que temos a cada vez que precisamos argumentar nossa defesa. Principalmente quando se trata naquele famoso jejum de títulos, são 15 anos sem um título nacional e 6 anos sem título Estadual. A explicação para esse fato? Não sabemos bem ao certo. Mas eu posso te dizer que a cada ano sem um título, nós, como torcedores, ficamos chateados, brigamos, gritamos, choramos, mas sempre apoiando. E isso de apoiar, não é coisa de fracassado não, isso é quase que uma obrigação, um quesito para ser gremista, e é uma das primeiras coisas que aprendemos quando torcemos pro Grêmio que está bem explicado no hino do nosso time, quando diz: “com o Grêmio, onde o Grêmio estiver.” E isso de estar, trata-se também, justamente do que já citei, sendo na série A, série B, Libertadores, Copa do Brasil, ou apenas no Gauchão.
E percebo o Grêmio em mim, desde o útero da minha mãe, quando a suposição do meu sexo era masculino. Meu pai, um homem torcedor doente junto dos meus irmãos e avó, não hesitaram e logo meu nome já estava definido: Jardel. E vocês como bons torcedores, com certeza sabem quem foi esse ídolo do Tricolor e sua história. Mas infelizmente, ou felizmente, o resultado mudou, e viram que eu seria uma menina, isso mesmo! E o que era Jardel, virou Gremina, sugestão da minha avó, por haver uma antiga torcedora centenária do Grêmio, e isso serviria como uma homenagem a ela.
Minha mãe com a razão mais no lugar, logo não apoiou, uma pena (ou não). E o que era Jardel, Gremina, virou Bruna, prazer! Torcedora doente, apoiando desde sempre e o melhor, já nasci com muitos títulos, incluindo um mundial. Há quem diga que é impossível o Grêmio ganhar isso, ganhar aquilo ou enfim, mas a esperança e a convicção num título, é o mínimo que devemos ter, porque sabemos como é difícil se manter “estável” no G6 ou Libertadores.
Poderíamos ter trocado de time (ou ser vira-casaca como costumam dizer), mas não. Somos fiéis aquilo que nossos pais muitas vezes escolhem para gente, nos ensinam a amar aquele time que eles sentem tanto carinho, e se trocarmos o time, é como se estivéssemos traindo esses ensinamentos de berço.
E seguimos assim a cada competição, com todos os sentimentos à flor da pele, testes cardíacos, paradas respiratórias e todas as reações possíveis em apenas 90 minutos. Queria agradecer ao Grêmio e sua direção, por eu não precisar ir ao médico periodicamente, basta assistir uma partida a cada semana, que descubro se há algo de errado ou não. Mas sabemos que essa adrenalina, essa aventura e loucura de torcer para o Grêmio, não é qualquer time que nos proporciona.
E eu afirmo a cada dia que passa: não troco meu tricolor por nada nesse mundo. Sigo apoiando na boa e na ruim, NADA APAGA TUA HISTÓRIA. E o Grêmio precisa de mais torcedores assim, apaixonados, loucos e com os exames cardíacos em dia, de preferência.