“Por mais que eu reze não tem jeito. Esse Tostão é mesmo infernal.”
- Updated: 24 de junho de 2016
Eduardo Gonçalves de Andrade.
Ao ver esse nome, você pensa apenas numa pessoa comum e ainda fica se perguntando por que diabos esse nome está nos Lendas da Bola do Mercado do Futebol. Porém, quando sai da boca de alguém o nome “Tostão” já chega aquele ar de nostalgia de um homem que não só jogou futebol, o revolucionou.
Eduardo, ou Tostão, nasceu em Belo Horizonte em 25 de Janeiro de 1947 e desde pequeno já encantava nos campos de futebol. Ganhou o apelido de Tostão ainda criança quando foi convocado para jogar pela várzea do bairro em que morava. Com 7 anos e jogando contra meninos de 12 e 15 anos, Tostão logo em seu primeiro jogo fez um gol e saiu carregado pelos companheiros. Começava ali uma grande história.
Tostão em ação pelo Cruzeiro – FOTO: joserosafilho.wordpress.com
Com 15 anos de idade, Tostão jogava no time júnior do Cruzeiro e foi contratado pelo América para começar seus passos no futebol. Em 1963, com 16 anos, voltou ao Cruzeiro e começou a mostrar seu talento pelos campos brasileiros ao lado de Dirceu Lopes e Wilson Piazza em um time que ficou famoso por bater o Santos de Pelé em 1966, atual bi-campeão do mundo que contava ainda com nomes como Mengálvio, Zito, Mauro, Gilmar, entre outros por um placar extremamente fantástico. Cinco a zero só no primeiro tempo. A peleja acabou 6 a 2 para o Cruzeiro e o ponta de lança Tostão começava a torcer os olhos para si mesmo.
Tostão com Pelé e Dirceu Lopes – FOTO: joserosafilho.wordpress.com
Com sua carreira se consolidando, Tostão foi convocado para seleção Brasileira de futebol. Estreou contra o Chile empatando em 1 a 1 no estádio do Morumbi aos 19 anos e foi convocado para defender a Amarelinha na copa da Inglaterra em 1966 jogando apenas um jogo daquele mundial na derrota por 3 a 1 frente a Hungria, gol brasileiro marcado por Tostão, na campanha que o Brasil foi eliminado na primeira fase. Muitos jornalistas concordam que Tostão, foi um dos poucos que se salvaram nessa eliminação.
E então, veio a consagração de Tostão. Em 1969, fez uma dupla infalível com Pelé e classificou a seleção canarinho para a copa de 70, sendo o artilheiro das eliminatórias. Na Copa do México então foi um show. Tostão era titular daquele time que encantou o mundo e ao lado de Pelé, Jairzinho, Carlos Alberto trouxeram o tri campeonato para o Brasil.
Tostão na copa de 70 – Foto: imortaisdofutebol.com.br
Após a Copa de 70, Tostão se transferiu para o Vasco da Gama em 1972 jogando lá apenas por um ano e se aposentando dos gramados do futebol de maneira muito precoce, com apenas 26 anos de idade. Quando pendurou as chuteiras, Tostão passou na Faculdade de Ciências Médicas e de Medicina em Belo Horizonte e se tornou médico em 1981 deixando o apelido consagrado para trás, e usando a alcunha de Dr. Eduardo.
Tostão ainda voltaria aos gramados mas como comentarista na Copa de 1994 e depois virou colunista esportivo do jornal mineiro Diário da Tarde, de Belo Horizonte. Hoje, sua coluna é publicada pela “Folha de S.Paulo”.
Tostão – Crédito: Pedro Silveira(Folha)
Tostão ficou marcado ao longo de sua carreira pela sua visão de jogo e uma elegância sem igual. Com uma extrema habilidade e inteligência acima do normal, descolava passes e sempre deixava seus companheiros prontos para marcar. Jogando como meia ou ponta de lança, era um perigo constante para todos os seus adversários. Além disso, fazia muitos gols e tinha nas pernas um drible desconcertante. Foi um dos melhores cobradores de falta do Cruzeiro, também treinava sozinho após os treinos para se aperfeiçoar e corrigir defeitos.
Tostão foi e sempre será, uma LENDA DO FUTEBOL.
por Lucas Bonora – @lubonora11