CORINTHIANO NÃO SABE REVERENCIAR SEUS ÍDOLOS
- Updated: 11 de maio de 2016
Por quê muitos ídolos do Timão saíram pela porta do fundo do Parque São Jorge?
A paz que o Corinthians vivia se deu por encerrado após as recentes eliminações para o Audax na semifinal do Campeonato Paulista e pelo Nacional na oitavas-de-finais da Taça Libertadores da América. A melhor campanha da primeira fase do Paulistão e a 3º melhor campanha da fase de grupos da Libertadores não foram suficientes para a torcida reconhecer que o time está sendo refeito e está no caminho certo para que uma nova equipe venha a ter bons resultados depois do Corinthians sofrer um desmanche devido ao assédio do futebol Chinês após o término do Campeonato Brasileiro. Após o empate em 2 x 2 com o Nacional do Uruguai, boa parte da torcida pede a cabeça do Técnico Tite, esses mesmos torcedores que afirmaram e isentaram o técnico de qualquer eliminação antes de começar o campeonato devido às perdas de jogadores.
Esse problema da torcida corinthiana não vem de hoje, há décadas perdemos jogadores e ídolos pela fúria da fiel torcida por uma derrota ou alguma eliminação.
Roberto Rivellino nasceu no Corinthians, estreou com apenas 17 anos no Alvinegro e por lá atuou em 474 partidas tendo marcados 141 gols. O “Reizinho do Parque” sempre honrou o manto alvinegro quando por lá esteve, mas viveu o pior momento esportivo do Corinthians em questão de títulos. Rivellino só conquistou um Torneio Rio-SP em 1966 e nada mais. A cobrança da torcida era gigantesca e após a final do campeonato Paulista de 1974 contra o Palmeiras na qual o Corinthians perdeu, Rivellino virou alvo da torcida e diretoria que o vendeu ao Fluminense. Rivellino saíra com dois sentimentos misturados: Raiva por ser expulso do seu time de coração e um amor que jamais saiu de seu peito. Rivellino foi tricampeão do Mundo pela seleção brasileira e após o título disse: “Eu trocaria esse título e qualquer outra glória por um título pelo Corinthians!”.
José Ferreira Neto, ou simplesmente Neto jamais foi um exemplo de jogador. Sempre foi polêmico e nunca negou isso, no Corinthians não foi diferente. Criou muitas confusões no Parque São Jorge, até cuspiu em juíz, mas jamais deixou de jogar com raça enquanto vestiu a camisa alvinegra, foi peça fundamental para o primeiro campeonato brasileiro conquistado pelo Corinthians em 1990. Nem por isso deixou de ser duramente criticado pela Fiel Torcida após a perda do campeonato paulista de 1993, Neto fora acusado de ser o responsável pela derrota e ele teve que ser vendido para o futebol colombiano. Neto disputou 227 partidas tendo anotado 80 gols.
Edilson “Capetinha” virou ídolo corinthiano mesmo tendo jogado pelo arquirrival Palmeiras com suas belas jogadas e gols importantes como o da final do Brasileiro de 1998 contra o Cruzeiro no qual deu o segundo título brasileiro ao Corinthians, além de ter sido fundamental para o título brasileiro de 99 e o Mundial Interclubes de 2000.
Edilson foi agredido pela torcida ao chegar ao Parque São Jorge para treinar após a eliminação da Libertadores de 2000 na semifinal nos pênaltis. Mais um ídolo fora expulso do Corinthians sem razão e por uma emoção inexplicável.
Carlitos Tevez chegou ao Corinthians no começo de 2005 junto com uma leva de craques trazidos pela MSI. Tevez tinha e tem a cara do Corinthians e do que a torcida do Corinthians sempre exigiu, raça, talento e faro de gols. Tevez levou o Corinthians ao tetracampeonato brasileiro sendo o artilheiro da competição com 20 gols. Tevez caiu nos braços da Fiel com o título e os lindos gols, inclusive na histórica goleada por 7 x 1 sobre o Santos em uma atuação de gala.
Mais uma vez, uma eliminação tira um ídolo do Parque São Jorge, após o fatídico jogo contra o River Plate pela Libertadores de 2006, Tevez foi ofendido e teve seu carro apedrejado por torcedores na saída do estádio, Tevez ficou irritado por estar com sua filha recém-nascida dentro do carro. A lua-de-mel com a fiel chegara ao fim e Tevez vai para o futebol Inglês.
Hoje, Cassio, Elias e até mesmo Tite vem sendo duramente criticados pela torcida que pedem sua cabeça.
Acho que já passou da hora da torcida corinthiana aprender que uma eliminação não pode apagar um trabalho por completo, haja visto o que foi feito tanto em 2011 quando sucumbiu ao anônimo Tolima e dominou o Brasil e o Mundo, ou quando foi atropelado pelo fraquíssimo Guarani paraguaio e conquistou o Hexa brasileiro de forma exuberante.
Acorda Fiel!!!