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Entrevista com o meia naturalizado polonês Roger Guerreiro, do Rio Verde-GO

Foto: Seleção da Polônia.

Roger Guerreiro, nasceu na cidade de São Paulo, no dia 25 de maio de 1982. És reconhecido e conhecido, por suas passagens por Flamengo, Corinthians, Celta de Vigo, além de ser naturalizado polonês. Atualmente está no Rio Verde-GO.

 

1- Nasceu no dia 25 de maio de 1982 (34 anos), na cidade de São Paulo. Sendo revelado no São Caetano, como foi fazer parte do melhor ano da história do Azulão do ABC Paulista? O que de relevante você traz consigo daquela época até os dias atuais? Comente sobre o atual momento do clube?

R: Aprendi muito com aquele grande elenco do São Caetano. Era um grupo com muito talento e humildade e os mais experientes me ajudaram muito. Sou muito grato a Deus por ter vivido aquele momento grandioso da história do São Caetano. Sobre o momento atual do clube não tenho muito o que falar, pois não estou acompanhando de perto, mas estou na torcida para que o clube volte a elite do futebol paulista.

 

2- Entre 2003 e 2004 atuou no Corinthians e no Flamengo, tendo certo destaque em ambas as equipes. Quais foram os momentos principais de sua passagem nos clubes? Como é a pressão de se jogar nos times de maior número de torcedores no país? Faça um compilado dos pontos positivos de cada clube em termos de estrutura?

R: Sou um cara realizado profissionalmente por ter jogado nos dois maiores clubes do Brasil. Graças a Deus consegui conquistar títulos pelos dois clubes. Esses foram os pontos altos, campeão paulista de 2003 e campeão carioca em 2004, contudo pelo flamengo tive um destaque maior, todavia tenho um carinho enorme pelos dois clubes. Os torcedores são muitos fiéis e apaixonados pelos clubes e é isso que faz deles os maiores do Brasil.

Foto: CR Flamengo.

 

3- Posteriormente, teve sua primeira passagem pelo futebol europeu, o Celta de Vigo, além de um retorno ao Brasil, vestindo a camisa do Juventude. Em termos de experiência e aprendizado, foi importante esta ida ao futebol espanhol? Quais são as peculiaridades e semelhanças do futebol espanhol para o futebol brasileiro? Fale-nos sobre sua passagem pelo time Jaconero de Caxias do Sul?

R: No Celta conseguimos o acesso para a primeira divisão do campeonato espanhol e aprendi muito lá sobre obediência tática, algo que ainda falta aos jogadores brasileiros. No Juventude acho que tive uma boa passagem também apesar de termos brigado para não cair e conseguimos, esse era o objetivo do clube na época, manter o time na primeira divisão.

 

4- Chegou a Polônia na temporada 2005/2006, para atuar no maior clube do país, o Legia Varsóvia, onde tens um grande reconhecimento por parte da torcida e da diretoria. Como foi a adaptação ao estilo de jogo e a cultura polonesa? Qual a sensação de defender uma seleção de tanto renome internacional? Descreva-nos sobre o momento do primeiro gol polonês na história da Euro feito por sua pessoa e a importância dele para as gerações futuras?

R: Tive uma adaptação rápida ao país e ao futebol polonês, vejo que minha passagem pela Espanha ajudou nisso e sou muito feliz por ter tido a oportunidade de defender a seleção polonesa, foram 26 jogos e 4 gols. O gol na euro foi muito especial para mim, além de ter entrado para história, naquele exato dia fazia seis meses que meu pai havia falecido, então me marcou muito.

Foto: Seleção da Polônia.

 

5- Anos depois chegou a Grécia, ao AEK Atenas, onde teve seus momentos de glórias, além de momentos ruins. Fale-nos sobre a conquista da Copa da Grécia em 2011, além do mais sobre a estrutura do clube, tradição e sua torcida? Comente também sobre o declínio da economia grega e como afetou você e seus companheiros naquela época?

R: Na Grécia vivi altos e baixos, porém graças a Deus ajudei o time a conquistar um título depois de 10 anos sem conquistas, a crise econômica afetou muito os clubes, fiquei muito tempo sem receber salário e até hoje estou na justiça tentando receber. A torcida lá é maravilhosa, a melhor coisa do clube, pois a diretoria ficou devendo muito em gestão e administração do clube.

 

6- Regressou ao Brasil, vestindo a camisa do Guaratinguetá, além de passar por Comercial, Rio Branco-PR, Villa Nova-MG e Hercílio Luz-SC. Como foi a readaptação ao futebol nacional? Além disso, como é atuar em clubes de menor expressão, já que estava acostumado a estar em grandes centros de visibilidade mundial?

R: A adaptação ao Brasil foi um pouco complicada devido a muitos fatores, mas o principal deles a idade, aqui depois dos 30 anos já não te dão o mesmo valor, fora que o fato de eu ter jogado muitos anos na Europa e numa posição diferente da que atuava quando sai do Brasil acho que pesou um pouco. No entanto sigo na luta e me vejo em condição de jogar em alto nível por mais dois ou três anos. A dificuldade de jogar em clubes menores é enorme, pois falta preparo e estrutura, muitos não honram seus compromissos, no entanto espero que eles possam ser mais profissionais e melhorar nesse sentido para crescerem.

Foto: Gabriel Lopes / Comercial FC.

 

7- Neste ano, acertou com o Rio Verde, de Goiás, mostrando logo o seu cartão de visitas, com um gol na estreia. Quais são as suas perspectivas em relação a disputa do estadual goiano? No mais, qual a sua projeção, para o segundo semestre de 2017?

R: Vim para o Rio Verde com a esperança de fazer um ótimo campeonato e consequentemente abrir novas portas para o segundo semestre, quem sabe jogar o brasileiro da Série A ou Série B. Esse é o meu objetivo profissional no segundo semestre, mostrar meu futebol aqui no Brasil novamente, seja jogando no meio campo ou na lateral.

 

8- És um atleta, com um currículo vasto de títulos e prêmios individuais. Para você, o que se deve a este sucesso na sua carreira? Quais foram os pontos primordiais para que conseguisse esta imponência em termos de vitórias?

R: Acho que dedicação e humildade é a base de tudo se você quiser conquistar algo na vida, seja na que área for. Então sempre tive isso comigo e acho que foi isso fez com que eu tivesse uma carreira vitoriosa.

Foto: Légia Varsóvia.

 

9- O meia tem o papel de articular as jogadas, ser o pensador de possíveis belos gols, além de ter a responsabilidade de fazer seus próprios tentos. Qual a relevância de se ter um camisa 10 de qualidade em um elenco? Comente também sobre dicas para a nova geração de meias que está formando no país?

R: Acho muito importante uma equipe ter um meia articulador de jogadas, todavia no futebol de hoje estão dando mais valor ao jogador que corre. Prefiro correr 9 km certo do que 13 km errado num jogo, passar da linha da bola, fechar linha de passe também são formas de saber marcar e hoje acham que pra marcar o cara tem que correr e ficar dando carrinho o tempo todo, entretanto espero ter a chance de ver sempre o talento prevalecer.

 

10- Uma mensagem aos colunistas e leitores do site mercadodofutebol.net.br?

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