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“Há mais de 25 anos fiz meu voto: jurei te proteger e cuidar de você”

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Todo cidadão italiano que é apaixonado por futebol ou não, com certeza sabe dizer quem é o goleiro de sua seleção. Gianluigi Buffon. Um dos maiores goleiros na história, fez seu nome embaixo das traves com defesas espetaculares, liderança dentro de campo e principalmente a sua paixão e entrega pelo time ou pela Squadra Azzurra. O que muitos não sabiam, é que essa paixão era muito além do que ele demonstrava nos gramados.

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Gigi Buffon chegou nas categorias de base do Parma em 1991 com apenas 13 anos de idade. Fez a sua estréia no time principal Parmensi aos 17 anos em um empate em casa 0-0 contra a equipe do AC Milan em 19 de Novembro de 1995. Depois dessa estréia, sua carreira não parou de crescer, vencendo a Copa da Uefa (atual Liga Europa), Coppa Itália e a Supercopa Italiana pelo time do Parma.

Em 2001, Buffon foi contratado pela Juventus de Turim, de onde não saiu mais. Mesmo com o rebaixamento do time da Veccia Senhora para a Série B do Calcio em 2006, por conta de escândalo de resultados e manipulação de jogos, Gigi ficou no clube que amava. E até hoje, aos 38 anos, ele é titular absoluto do atual tri campeão italiano.

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Maior alegria e destaque da carreira foi quando em 2006, pela Azurra foi campeão do Mundo, batendo a França de Zidane na final nos pênaltis. Final essa, famosa pela cabeçada de Zinedine em Materazzi. Jogador de 5 copas do mundo, Buffon com certeza tem seu nome dentro das lendas da história do futebol.

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No jogo do último domingo, com a vitória em cima do Torino por 4 a 1 pelo Calcio, Buffon bateu um recorde. Completou 943 minutos sem levar gols no Campeonato Italiano, superando o até então recordista Sebastiano Rossi. Em 1993/1994, o goleiro, que atuou pelo Milan, ficou por 929 minutos sem ser vazado. Após este jogo, ele escreveu uma carta de agradecimento e amor, ao gol, que ele defende com tanto afinco, a 25 anos:

“Eu tinha 12 anos quando virei as costas para você.

Reneguei meu passado para te garantir um futuro.

Uma escolha de coração, uma escolha de instinto.

Mas no dia em que parei de te olhar de frente, comecei a te amar.

A cuidar de você.

A ser o seu primeiro e último instrumento de defesa.

Prometi a mim mesmo que faria de tudo para não mais te olhar. Ou para fazê-lo o menos possível.

E cada vez em que isso aconteceu foi um sofrimento, me virar e perceber que havia te iludido.

De novo. Mais uma vez.

Fomos sempre opostos e complementares, como a lua e o sol.

Obrigados a viver lado a lado sem poder nos tocar.

Companheiros de vida a quem é negado o contato.

Há mais de 25 anos fiz meu voto: jurei te proteger e cuidar de você.

Virei escudo contra seus inimigos. Sempre pensei no seu bem, acima do meu.

E todas as vezes que me virei para te olhar, mesmo em culpa, tentei reagir a sua desilusão de cabeça erguida.

Eu tinha 12 anos quando virei as costas para o gol.

E continuarei a fazê-lo. Enquanto pernas, cabeça e coração aguentarem.”

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Futebol é apenas um jogo, eles disseram. Não poderiam estar mais enganados.

por Lucas Bonora – @lubonora11

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