Mercado do Futebol

O “mercado ilusionista” do futebol brasileiro.

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Muitos pensam que o futebol brasileiro é rodeado de atletas que ganham salários, porém não é a verdade retratada em nova pesquisa sobre os salários dos atletas que atuam no país em 2015.

 

A CBF através da sua DRT (Diretoria de Registro e Transferências) no último mês mostrou um relatório onde desmitifica todo o ideal daqueles que pensam que o futebol nacional tem um grande número de atletas com altos salários, a pesquisa mostrou que somente os clubes com mais dinheiro (Série A, alguns da Série B e C) tem jogadores com salários acima da média dos salários dos demais trabalhadores do país, o retrato do resto do país, principalmente nas divisões inferiores dos estaduais é um estado de total descaso e sonhos destruídos por falta de oportunidade.

Cerca de 96% dos atletas que atuam no país ganham menos 5 mil reais mensais, sendo 82% ganhando cerca de mil reais (média do salário dos trabalhadores brasileiros na maioria das áreas empregatícios, mostrando a realidade do desorganizado do futebol nacional), muitos podem pensar que os atletas ganham direitos de imagens, entre outras regalias, entretanto isso aumenta a distância entre os poucos atletas que estão no alto escalão e aqueles que estão a margem, a maior parte dos atletas não possuem esse tipo de situação (divisão entre salário e direito de imagem), segundo a pesquisa somente o atacante Alexandre Pato (atualmente no Chelsea) ganhava mais 500 mil reais por mês (claro sem a perspectiva do direito de imagem).

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Ainda é notável nesta sociedade a migração de muitos jovens que deixam os estudos de lado, sabendo que terão oportunidades escassas, chances remotas de ascender financeiramente e ajudar sua família, para tentar a sorte no futebol, no entanto quase nenhum destes jovens conseguem êxito, muitos desistem antes de chegar aos 25 e aos que persistem recebem salários modestos em equipes de menor aporte financeiro para desenvolver seus atributos futebolísticos.

Além destes casos, tem as histórias de atletas que deixam suas famílias para atuar na base de um grande clube ou até de clubes medianos, que possuí uma estrutura adequada, contudo não conseguem engrenar e acabam sendo preteridos na própria formação da base ou acabam sem chances no time profissional, muitos que investiram anos nesta tentativa de ser jogador, acabam no ostracismo em clubes profissionais com pouca estrutura ou desistindo antes de chegar aos 18 anos.

 

Alfredo Sampaio, presidente do Sindicato de Atletas de Futebol do Estado do Rio (Saferj) comenta sobre o assunto:

– Quando discutem futebol em Brasília, não conhecem a realidade do esporte no Brasil. Eles sabem apenas do lado rico – criticou o treinador. – Há clubes demais aqui, clube que não tem nem condição de ser amador, mas que se prolifera para dar voto para as federações. Isso gera o mercado de ilusão, em que o jogador passa a vida inteira atuando nestes clubes miseráveis, e quando chega aos 36, 40 anos, não tem estudo, não tem mercado de trabalho, nada, e muitas vezes nunca recebeu para jogar.

 

Amostragem da pesquisa:

28.203 atletas registrados

776 clubes profissionais

82,4% recebem até R$ 1 mil/mês (23.238)

13,68% de mil reais até 5 mil (3.859)

381 (1,35%) atletas recebem de 5 mil a 10 mil/mês

499 (1,77%) atletas recebem de 10 mil a 50 mil/mês

112 ( 0,40%) atletas recebem de 50 mil a 100 mil/mês

78 (0,28%) atletas recebem de 100 mil a 200 mil/mês

35 (0,12%) atletas recebem de 200 mil a 500 mil/mês

 

 

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