Os professores
- Updated: 1 de dezembro de 2016
Tricolores do céu e terra, toda nossa solidariedade à família Chapecoense. A vida nem sempre é o mar de rosas que desejaríamos. Por isso devemos seguir em frente. Hoje ao sair para minha caminhada matinal, do outro lado da calçada, Bacalhau (baiano, torcedor roxo do Vasco da Gama) e, que lava carros em frente ao meu prédio, gritou: “O Abelão veio tirar dinheiro d’ocês”. Respondi entre surpreso e sem ter o que falar: “Com certeza”. A mídia tem divulgado que Abel será o novo treinador do Fluminense pelos próximos 2 anos. Abel pertence a nova dinastia do futebol, que se convencionou chamar de Professores. No geral são ex-jogadores bem sucedidos. Atuaram e treinaram em grandes clubes do Brasil e do exterior. Fizeram cursos de Educação Física e especialização em futebol.
Estagiaram em clubes famosos. Viajaram o mundo inteiro, falam 2 ou mais línguas, usam roupas exclusivas de grifes famosas e apreciam bons vinhos e restaurantes. Recebem muitas honrarias e altíssimos salários. Bem diferente dos antigos treineiros, que construíram a fama do nosso futebol, lembro de passagem de alguns: os irmãos Moreira, Feola, Tim, Fleitas Solich, Yustrich, João Saldanha (dublê de jornalista e treinador), Danilo Alvim, Jair Pereira e tantos outros. Zagalo e Parreira para mim ficam na linha divisória entre esses 2 grupos. A primeira frase dos Professores quando chegam a um novo clube, invariavelmente é a seguinte: aceitei o convite pelo projeto (parecem estar a fazer favor aos novos patrões).
Já expressei em outras ocasiões o que penso desses senhores. Para mim são todos idênticos. Muda apenas os números do CPF e da conta bancária. Definem um esquema tático de sua preferência, e escolhem dentre os jogadores do elenco, aqueles que entende melhor desempenham cada função exigida. Treinam bola parada. Fazem o tradicional dois toques. Ataque contra defesa, e por fim o rachão. Conquistam títulos. Às vezes são rebaixados. É sempre assim: ficam enquanto conseguem resultados. Se não, são trocados por outro professor e, assim sucessivamente. Se confirmado, será a terceira passagem de Abel pelo Fluminense, onde foi campeão em 2005 e 2012. Em 2005, logo no início de sua trajetória, quase foi demitido.
Na Copa do Brasil daquele ano, ainda na primeira fase, o Flu quase foi eliminado pelo Campinense. Após derrota por 1 x 0 no jogo de ida, foi salvo por um gol de Tuta já no final do segundo jogo. Acabou ganhando o Carioca daquele ano em cima do Volta Redonda. Venceu novamente o Carioca de 2012, emendando com o título brasileiro. Foi demitido em 2013 após 5 derrotas consecutivas no Brasileiro daquele ano. Foi o último técnico que passou mais de 9 meses no comando do time. Falam que terá contrato de 2 anos. Não acredito que dure tanto.
Vamos aguardar e torcer pelo seu sucesso. O Abelão veio tirar dinheiro d’ocês.
Fluminense Sempre.