Ser Fluminense
Ser Fluminense. Ser tricolor. É uma emoção diferente, é uma paixão que você talvez jamais sentisse em momento algum.
Quando eu descobri que o Fluminense fazia parte da minha vida, eu tinha apenas oito anos. Eu sempre fui uma menina apaixonada por futebol, a famosa ‘‘Maria chuteira”. Nasci em berço Tricolor. Participei de times nas escolas, disputei campeonatos e venci. Cresci (nem tanto), mas conforme foi-se passando o tempo, eu percebi que aquilo não era apenas uma brincadeira de criança. Fluminense começou a fazer parte da minha vida, eu comecei a acompanhar os jogos – não só o Fluminense, mas como o futebol -, O esporte começou a fazer mais ainda parte da minha vida e se tornou algo que eu realmente não sei explicar. Meu amor por esse time, pelo futebol é algo incompreensivo, inexplicável.
Uma vez eu contei para um amigo meu as histórias que meu pai contava. Eu disse a ele, que as meninas da minha idade geralmente ouviam contos de fadas, histórias de princesas e essas coisas. Mas eu? Eu cresci ouvindo a história da glória Tricolor, do título do Fluminense no ano do centenário rubro-negro, 110 mil torcedores no Maracanã, a barriga do Renato Gaúcho marcando um golaço. No ano do centenário do meu maior rival, o Fluminense conquistava o Carioca e colocava fim ao jejum de uma década sem títulos. Meu pai me contou também do título Mundial do Fluminense em 1952, Fluminense saiu invicto neste torneio, e ele não deixou de me contar sobre a famosa “Máquina Tricolor”, em 1970. Rivellino, Capita… Ídolos que meu pai me fez conhecer e entender o porquê eram tão amados.
O futebol em si é algo extraordinário de tão belo. Recentemente quando houve o acidente aéreo com o elenco, comissão técnica e jornalistas da Chapecoense, eu percebi que o Futebol nunca será apenas futebol. Para mim, foi a primeira vez que eu tinha visto tantos clubes se juntarem em prol de um clube. Isso me mostrou que no esporte não temos inimigos, temos rivais, e sem os rivais, não há disputa, não há esporte, não há emoção e não há o futebol. Quando você começa a entender realmente o verdadeiro significado do “Nunca será apenas futebol”, você de fato começará a entender a emoção de torcer, de acompanhar e irá começar a sentir, o que talvez você jamais sentisse. Eu fui uma vítima disso, o Futebol me fez se apaixonar por ele de uma forma, que eu jamais pensasse, de uma forma que eu jamais senti. É diferente, é amor, é paixão, é ser torcedor. É sentir a emoção de torcer, é sentir a emoção de Ser Fluminense.
No meio de todo esse amor, eu comecei a entender o que é ser Fluminense. Ser Fluminense é uma coisa de louco. É difícil pensar na história do Futebol e não falar do Fluminense. Mudou-se o nome, mudou-se o endereço, porém a paixão nunca mudou. É uma paixão que vem do peito, que vem de dentro. É cantar essa paixão, esse sentimento verde, branco e grená. É vestir a camisa Tricolor e colocar a bandeira ao vento e simplesmente, apoiar. Ser Fluminense é ser pioneiro, é ser fanático. É estar juntos nos melhores e nos piores momentos, em cada momento. É superar a queda com a força desse sentimento. É acreditar enquanto todos diziam: “Fluminense é o fim da sua vida”. É se sujar de pó arroz e fazer a história acontecer. Ser Fluminense é agradecer a Deus por ser Tricolor. É incentivar, é empurrar a vencer mais uma batalha. Ser Fluminense é desde o berço até o caixão. É apoiar nas boas e nas fases más, amar. Ser Fluminense renascer, transcender. É sorrir, é chorar. Ser Fluminense é vencer, com o verde da esperança. Ser Fluminense é isso.
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Texto por: Ana Alves
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Fotos: Divulgação/Leo de Cabral
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