Mercado do Futebol

Noite para aprender antes de esquecer

Numa semana em que parte da torcida parecia mais preocupada com o público presente e com mosaico e idiossincrasias do que com o resultado do jogo em si, Jair Ventura mandou a campo aquilo que sinalizou na última coletiva: Trio de atacantes. Confesso que não sou fã desta formação de início, pois ela nos deixa sem opção de velocidade no banco, para quando um destes cansar ou precisar ser substituído.

O jogo começou e nem deu tempo de entender como ficaria a disposição em campo, além do óbvio 4-3-3 e na avenida de sempre que se transformou nossa lateral direita, Carli tentou correr atrás do adversário, tentou derrubá-lo e está tentando até agora: 1-0 para o time que só pensava em se defender. Nossa primeira chance foi num chute com desvio do Camilo aos 15 e logo depois, aos 20, Guilherme desperdiçou a melhor oportunidade, sendo desarmado facilmente pelo zagueiro adversário. E a sucessão de lambanças não paravam e num momento para deixar Os Trapalhões orgulhosos, Gatito e Emerson Silva se enrolaram e o Barcelona fez 2-0.

Nosso time não tem estrelas. O seu sucesso provém de um esquema bem simples. Jogamos no 4-1-4-1 que varia para um 4-3-2-1. É assim que funciona. Temos dificuldades em propor o jogo, em agredir o adversário. É assim há muito tempo. Damos a bola, esperamos o adversário e saímos rápido para definir.

Camilo e Emerson Silva no sacrifício, Guilherme mancando e Airton amarelado. Eram 4 problemas e no banco de reservas apenas volantes e o Roger, que não inspira muita confiança. Quando o juiz apitou o final do 1º tempo, a sensação era de alívio. Perdíamos por 0-2, mas pelo que acontecia em campo, foi pouco. O Barcelona tinha 56% de posse de bola. Foram 11 finalizações contra apenas 7 do Botafogo. Era um time perdido, que foi com muita sede ao pote.

Voltamos com Roger na vaga de Camilo e Marcelo no lugar de Emerson Silva. João Paulo passou a armar o time de longe e, pasmem, Roger recuava para iniciar as jogadas. Sobrava raça, faltavam inteligência, habilidade e organização tática.

E assim foi por todo o segundo tempo. O 4-2-4 na base do bumba-meu-boi, com lançamentos a esmo que se transformavam em confusões na área, ainda assim resultaram em alguns desperdícios de chances de gol, com Roger, Sassá e Guilherme. Paramos nas nossas limitações, nas opções que tínhamos no banco de reservas e na qualidade do adversário. Terminamos o jogo com menor posse de bola (46 a 54%) e a sensação que poderíamos estar jogando até agora sem ter vazado a meta do Banguera, sem derrubar o seu boné.

Tem noite que é dia. Tem jogo em que nada funciona. Jair tem crédito. Errou hoje e vai ter a oportunidade de acertar no dia 18. A classificação não está perdida. Ela continua bem encaminhada. Só é hora de rever algumas opções, conceitos e retroceder um cadinho que ela virá.

 

Saudações alvinegras!

 

Alípio França (Twitter: @alipiojr)

 

 

 

 

Deixe seu comentário:

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.