Entrevista com o ex-meia-atacante Sávio Bortolini

– Os ensinamentos foram muitos. Dentro de campo com treinamentos específicos de fundamentos como controle de bola, finalização, cruzamento, etc. Foram de campo a importância da responsabilidade, compromisso e respeito ao outro.

>> Vestiu a camisa da seleção brasileira entre 1992 e 2000, entre sub-20, sub-23 e principal. Qual é a sensação de ter usado o manto da seleção por tanto tempo? Qual o seu pensamento sobre o atual momento do futebol brasileiro?

– Foram momentos importantes na minha carreira, tanto na base como no profissional. Vestir a camisa da seleção era sempre um momento único e de muita emoção. O momento não é bom há muito tempo. Na minha opinião, a falta de planejamento é o principal “vilão”. Iniciamos uma mudança dentro de campo com o Tite, mas não é só isso. A mudança precisa ser mais ampla.

>> Teve uma passagem vitoriosa e reconhecida pelo Clube de Regatas do Flamengo, entre 1992-1997, quais foram os momentos históricos neste clube? Aborde sobre a torcida rubro-negra?

– É mais fácil falar que os momentos especiais são sempre os títulos, mas com o Flamengo a relação é diferente. É um misto de parceria, amor, gratidão e com a torcida não é diferente. Sempre esteve comigo e agradeço muito a essa nação por tudo que já demonstraram por mim. Essa torcida é diferente!!!!!

>> Em 1998, chegou ao Real Madrid, onde atuou por mais de 100 partidas, tendo um bom desempenho, mesmo em meio a estrelas na equipe. Qual foi o diferencial que o fez ter destaque no elenco e ajudar na conquista de vários títulos?

– Quando cheguei o Real Madrid era um time de estrelas, um clube imenso na Europa e o segredo foi muito trabalho, companheirismo de todos. Apesar de ser um grupo de muito talento, com vários craques, o clube estava sempre em primeiro lugar. Fizemos parte de uma etapa muito vitoriosa no clube.

>> Foi escolhido para gerenciar as Clinics do Real Madrid na cidade de Fortaleza. Como é ter seu trabalho reconhecido através desta honraria? Qual é a sua expectativa para os treinamentos com os jovens em Fortaleza?

– É muito gratificante. Estar representando o Real Madrid é sempre especial. Eles possuem muita responsabilidade nos projetos que desenvolvem. Tivemos um sucesso muito grande nas Clinics em Brasília (duas) e Florianópolis. Agora esperamos levar todo o conhecimento do clube para as cidades de Fortaleza e Recife no mês de dezembro. Essa é uma ótima oportunidade para as crianças, adolescentes e profissionais conhecerem um pouco mais do método de treinamento do maior campeão da Europa.

>> Atuou em equipes da França, Espanha e Chipre. Quais são os pontos positivos de cada país? Quais elementos futebolísticos poderiam ser incorporados ao futebol nacional?

– Foram experiências completamente diferentes e positivas. Em cada lugar aprendi algo que levo até hoje comigo. A diferença que senti na minha época era a qualidade e intensidade dos treinos, que na minha opinião são melhores na Europa. Acho que esse ponto vem sendo incorporado aos poucos aqui no Brasil com a troca de experiências dos treinadores brasileiros com europeus.

>> Após se aposentar no Avaí em 2010, criou uma empresa para gestão esportiva e foi contratado para ser comentarista em um canal fechado. Como foi a adaptação à nova carreira fora do gramado?

– Vinha me preparando há muito tempo para o momento de encerrar a carreira. Tenho empresas nas áreas esportiva, imobiliária e financeira. Confesso que foi muito tranquilo e não sinto falta de jogar. Hoje consigo conciliar também a carreira de comentarista, que é uma experiência nova e muito interessante.

>> Qual o seu conselho para a nova geração de meias e atacantes no nosso país? Ao mesmo tempo fale sobre os treinamentos e o esforço que é ser jogador de futebol?

– O conselho que eu dou é que se dediquem ao máximo nos treinamentos e acreditem sempre no seu sonho. Repetição e persistência, aliado ao talento, é o grande segredo para o sucesso.

>> Uma mensagem aos colunistas e leitores do site mercadodofutebol.net.br?

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