Santos e Robinho, um amor bandido e jamais recíproco.

Santos e Robinho, um amor bandido e jamais recíproco.

A maneira que a História concede a seus personagens nem sempre é produzida de forma isenta e, é claro, desde agora não haverá isenção por minha parte, todavia haverá paixão futebolísticas nessas linhas cheias de mágoas de quem botou fé em quem não merecia.

Hoje é o simbólico funeral de um grande ídolo, morre no coração do torcedor santista mais sensato aquele filho pródigo que sempre foi bem vindo, ídolo que de retorno em retorno era aclamado, que de retorno em retorno era aplaudido, que de retorno em retorno foi acolhido.

Eu já havia o perdoado na ocasião da desastrosa negociação em 2005 e eu juro que compreendi que em 2010 seria uma passagem rápida e sem mágoas pela nova despedida. Eu até tentei entender a tal independência financeira por escolher a China em 2015, eu juro, mas agora, agora não, agora foi o último beijo na face do santista e essas serão as últimas 30 moedas que nos separarão.

A mim, ficou a impressão que Robinho no dia de hoje se tornou para a imensa maioria dos santistas uma espécie de Calabar para os resistentes no Arraial do Velho Bom Jesus, um Nikita Khrushchov para os revolucionários, um General Amaury Kruel para os trabalhistas admiradores do Jango. Sim, um traidor que jurou amor, quem um dia chegou a dizer que no Brasil só jogaria no Peixe. Sim, o Robinho é Peixe, o Robinho é um traíra.

Robinho, se o seu amor é por dinheiro, então no seu amor não cabe o Santos. E se até o momento em sua já veterana carreira, ida ao Real, longa data no City, boa passagem pelo Milan, as três vitoriosas passagens pelo Santos e na aventura na China não foram suficientes para lhe dar a independência financeira que um jogador de alto nível pode faturar, então que vá buscar mais vintém, ganhe muito dinheiro, eu não lhe invejo, que você obtenha muitos lucros por lá, mas por favor, não venha jurar um amor que não há por quem desde sempre soube lhe perdoar.

Até nunca mais!

Evandro Amaral Fernandes – Guga.

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Um comentário em “Santos e Robinho, um amor bandido e jamais recíproco.

  • 11 de fevereiro de 2016 em 23:21
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    Perfeito. Infelizmente não é “privilégio” dos santistas.

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