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Entrevista com o ex-Santa Cruz, o zagueiro Danny Morais
- Updated: 30 de agosto de 2017
É exigível a todo zagueiro que se preze, além do talento, mostre liderança, raça e determinação em sua área defensiva em que atua. Danny Morais guarda essas características e transpareceu isso nos gramados do Arruda, ou em qualquer lugar em que o Mais Querido chamasse para as batalhas. Dentre essas, Danny conseguiu ajudar no acesso à Série A de 2016 e em mais dois importantíssimos títulos: o Campeonato Pernambucano de 2016 e a taça da Copa NE.
O Mercado do Futebol entrou em contato com ex-jogador tricolor, que nos recebeu para falar um pouco sobre sua carreira no futebol.
“Levo Recife, o Santa Cruz e os pernambucanos no meu coração e da minha família!”
Em que momento determinaste que queria atuar profissionalmente no futebol? Como tudo começou?
-Foi uma coisa natural. Jogava em uma escolinha chamada Sporting Sul, desde os 12 anos. Com 15 anos, fui para o Internacional, onde fiquei até o profissional. Sempre joguei por prazer, até que assinei meu primeiro contrato com 16 anos e as coisas foram acontecendo e ficando mais sérias. Aí já não tinha mais volta.
Os títulos que foram ganhos no Santa Cruz, junto à tua pertinente presença na equipe, determinando no legado que deixaste no futebol Tricolor, ficarão lembrados por nós. Como foi atuar pelo Santa Cruz Futebol Clube? O que levaste deste clube?
-Por todos as equipes que passei, eu ganhei títulos, mas no Santa Cruz foi diferente. O Santa Cruz é gigante, mas tem uma herança financeira e estrutural muito ruim. Por isso tantas dificuldades.
Acredito que com minha experiência e maturidade consegui me destacar não só dentro de campo, com títulos e mais de 100 jogos em 2 anos, como fora. Junto de um grupo que realmente queria ser diferente e mostrou isso diante de tantas adversidades. Por várias vezes assumimos responsabilidades perante aos atletas e a direção e brigamos por um Santa Cruz melhor. Acredito que tenha feito a diferença! Levo a cidade (Recife), o clube (Santa Cruz) e os pernambucanos no meu coração e da minha família!
Foi visível e é recordado toda tua grande personalidade e liderança quando eras jogador do Santa Cruz. Como aprendeste a construir isso dentro de campo?
-Sempre tive essa característica. Mas com o tempo vamos aprendendo a usar e se posicionar mais e melhor. O Santa Cruz era carente disso, e junto com alguns atletas conseguimos carregar essa bandeira durante os dois anos que estive aí.
Tens alguma fonte de inspiração ou alguma grande influência futebolística?
-Meu avô, Valdir Joaquim de Morais (ex-goleiro e ex- treinador de goleiros) é uma das minhas referências. Nunca ouvi ninguém falar mal dele. Por que não ser assim em um mundo como o do futebol?
Uma pessoa que eu aprendi muito foi o Fernandão. Dividi muito o quarto com ele na concentração. Um cara que sempre te instigava, nunca estava satisfeito. Além de ter marcado uma era no Internacional, meu time de criação e que eu torço desde pequeno. Aaaah, e Grafite! Também é um cara sensacional. Com uma liderança diferente de Fernandão, mas muito positivo. Poderia falar de muitos outros, conheci e trabalhei com muita gente boa.
O teu currículo guarda passagens pelo futebol do sul, do sudeste, além das experiências no futebol nordestino como no Bahia e por último no Santa Cruz. Foi um grande desafio passar por esses distintos futebóis e vivências? Achas que ainda existem diferenças e preconceitos, que surgem como empecilho para a valorização do futebol nordestino?
-Acho que o futebol Nordestino cresceu muito. Um exemplo disso é a qualidade da Copa do Nordeste. A grande diferença é a organização. Os clubes precisam pensar a longo prazo. O Santa Cruz faz um time novo todo ano, é impossível acertar sempre. Tem que se organizar para fazer contratos mais longos, captar e formar atletas, se antecipar aos times que tem mais dinheiro. Planejamento! Não que seja fácil, como disse eu sei bem as dificuldades diárias do clube. O Náutico a mesma coisa. O internacional passou por isso até o ano 2000. Em 2006 foi Campeão do Mundo. Está na segunda divisão mas com tudo estruturado. Isso é o que eu penso.
Por estar atuando no futebol do exterior, achas que o teu auge profissional é o teu presente momento?
-Estou me sentindo muito bem. Acho que atingi meu auge no Santa Cruz e estou conseguindo manter. Me sinto muito mais preparado, por exemplo, do que quando joguei na Arábia Saudita.
Conte-nos brevemente como está sendo tua vivência no Busan IPark FC.
-O Busan IPark é um time tradicional da Coreia, que caiu para segunda divisão (K League Challenge). Formou um time para voltar para elite. Atualmente estamos em segundo no campeonato e classificados para as semi-finais da FA Cup (como a Copa do Brasil, envolve times de todas as divisões). Estou muito feliz junto da minha família e a expectativa é de permanecer mais tempo aqui.
Existe alguma pretensão de retorno ao Santa Cruz?
-Falo bastante com o Presidente, é um grande amigo meu. Torço muito para o Santa Cruz ir bem, se organizar. Se um dia eu puder fazer algo para ajudar novamente eu vou fazer. Não sei se dentro ou fora de campo.
O que podes deixar de recado para a torcida do Mais Querido?
O combustível do Santa Cruz é a torcida. O clube e os jogadores precisam da torcida! Foi assim que conquistamos respeito e títulos.
A equipe do Mercado do Futebol agradece a disponibilidade do jogador ao nos responder à entrevista. Agradecemos também, em nome da torcida coral, todo trabalho e dedicação ao Santa Cruz. Valeu, Danny! Desejamos uma grande caminhada futebolística. Até logo!