Na raça! São Paulo empata, com casa cheia.
- Updated: 25 de julho de 2017
Segunda-feira, jogo às 20h, São Paulo brigando contra o rebaixamento, metrô longe do estádio, Bruno de titular. O jogo de ontem tinha tudo para receber um público pequeno. Mas, diferentemente do que muitos esperam da “torcida que só vai na boa”, mais de 51 mil torcedores compareceram às arquibancadas do Morumbi. E aaah, se não fossem esses 51 mil torcedores…
Na chegada da equipe pelo portão principal a torcida já estava fazendo festa, como nos jogos de Libertadores. Apoio certamente não iria faltar.
E antes da bola rolar, dois momentos muito especiais. Hernanes (como seus chutes de fora fazem falta…) foi apresentado à torcida e recebeu muitos aplausos da nação são-paulina. Após saudar a torcida, o atleta correu em direção ao escudo do São Paulo para beijar o símbolo mais sagrado do Estádio do Morumbi. Outro momento muito bacana foi o “um minuto de aplausos” em homenagem ao falecido Waldir Peres, grande ídolo tricolor. Foi impossível não se arrepiar. A lenda fica para sempre. Obrigado, Waldir!
Jogar contra o Grêmio é um dos desafios mais difíceis do Campeonato Brasileiro. Seja como mandante ou visitante, a equipe gaúcha costuma dar trabalho aos seus adversários. Além de organizado taticamente tanto no momento ofensivo, quanto no defensivo, o Grêmio é uma equipe muito inteligente. Sabe administrar muito bem o jogo a seu favor. Comandados por Renato Portaluppi, a equipe veio para jogar “no desespero do São Paulo”, como afirmou o próprio treinador.
E como é desesperado o time do São Paulo… E a fase torna as coisas muito mais complicadas. Quanto mais a equipe demora para acertar o gol adversário, mais o nervosismo fica aparente. E foi por isso que a equipe gremista controlou a partida no primeiro tempo. Buscando erros da equipe são-paulina, que foram muitos, o Grêmio teve o controle do jogo com triangulações curtas, jogadores próximos e desarmes precisos. Foi em um desses erros que Pedro Rocha abriu o placar, aos 19 minutos, com um contra-ataque mortal. A diferença de uma equipe com um plano de jogo definido para outra, ainda em formação, era nítida no gramado do Morumbi.
Na volta do vestiário, o São Paulo parece ter entrado mais ligado. Dorival, já logo de cara, fez duas substituições na equipe. Cícero entrou na vaga de Jucilei, perderíamos o principal marcador na cabeça de área. Porém a alteração que realmente mudou o jogo foi, de novo, a entrada do garoto Lucas Fernandes, dessa vez na vaga de Jonathan Gomez. Com Lucas em campo, Cueva jogou mais aberto, já que o garoto buscaria o jogo pela faixa central do campo.
Mesmo com muita movimentação de Lucas Fernandes e a clara melhora do time são-paulino, era muito difícil furar a defesa gremista. Mas empurrado pela torcida, que não parou de cantar em momento algum, o Tricolor do Morumbi achou a jogada para o empate, aos 18. Em uma das únicas subidas à linha de fundo, Edimar recebeu passe de Cueva, cortou para dentro e serviu Pratto. O argentino finalizou de primeira, e no rebote do goleiro Grohe, Lucas Fernandes se jogou de carrinho e igualou o marcador. Um gol misto de técnica e raça.
A partir daí o estádio explodiu e a equipe visitante parece ter sentido o momento, enquanto o São Paulo era muito mais vibrante. Provavelmente, se fosse um simples jogo com apenas 15 mil pessoas nas arquibancadas, o resultado seria outro. Gilberto entrou logo após o empate e deu mais um pouco de gás ao ataque são-paulino. Nos últimos minutos, cada equipe teve uma chance clara para sair com a vitória. Renan Ribeiro, em homenagem ao saudoso Waldir Peres, fez uma defesaça em chute de Fernandinho, à queima roupa. E após linda jogada de Cueva pelo meio, Gilberto não conseguiu finalizar e reclamou que teria sofrido pênalti.
Fim de jogo e aplausos para a entrega dos jogadores. Mais uma prova de que a torcida estará apoiando até o fim desta triste luta contra o Z-4. Daqui para frente será assim. Quando não der na técnica, vai ter que ser na raça! Mais uma vez, quem merece parabéns são os torcedores são-paulinos!
A próxima partida é contra o Botafogo, no Rio de Janeiro. Mais um jogo muito difícil, mesmo que o adversário coloque um time misto. Ainda assim, é preciso acreditar e somar pontos. Ocupamos a 18º colocação, a 1 ponto do Atlético-PR, primeira equipe fora da zona de rebaixamento. Vamos, São Paulo!
Abraços, Guilherme Goya
Twitter: @Gui__Goya