Diretoria do Corinthians mostra como não se deve fazer negócio

Toda e qualquer negociação na venda e contratação de um jogador vira uma balcão de negócios de empresários no Corinthians

O início do ano de 2016 vem sendo traumático para o torcedor Corinthiano. Seduzido pelos milhões da China, o torcedor viu seus principais jogadores envolvidos em negociações com retorno financeiro totalmente abaixo do esperado para o clube. Mas porque os melhores jogadores do futebol brasileiro em 2015 foram vendidos a preço de banana?

Desde a infeliz contratação de Alexandre Pato, o Corinthians perdeu seu poderio financeiro para realizar grandes contratações. Com isso, foi obrigado a fazer acordos com empresários para fechar contratos. Nos últimos anos tivemos diversos jogadores contratados com o apoio do empresário Carlos Leite, tivemos jogadores de empresário como o caso Cléber que veio da Ponte Preta sem custo algum e saiu da noite para o dia e temos os jogadores do conselheiro Garcia, dono da Elenko Sports.

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O caso dos Garcia é o mais emblemático. Caso o zagueiro Vilson seja contratado, sem custos, será o nono jogador desse grupo de empresários no clube. E em todos os jogadores, o Corinthians possui fatias irrisórias do passe do jogador, como no caso da jovem promessa Malcom, onde o clube detém apenas 30% do passe. Ou melhor, o meia Matheus Pereira, o Pirulão, apontado como uma futura promessa, o clube detém apenas 5% do seu passe, isso mesmo, o clube quase não terá o que fazer quando vier uma proposta, repetindo o caso da saída do meia Matheus Cassini.

No balcão de negócios, ficou comum empresários negociarem fatias de jogadores por troca de comissões em todos os negócios ou até mesmo o auxilio financeiro, no caso do Garcia. Como citado, com o baixo poderio financeiro, o clube ficou nas mãos dos empresários. Como no caso da contratação de Jádson, com o argumento que o clube não teve que pagar pelos direitos e não pagou luvas pelo acordo, os empresários então estipularam a multa em baixos 5 milhões de euros e ainda ficaram com 70% do passe do jogador, deixando ao Corinthians pouco mais de 5 milhões de reais.

No caso de Renato Augusto, quando o Corinthians contratou o jogador junto ao Bayer Leverkusen, o clube alemão queria vender 100% do passe do jogador. Como o clube não tinha dinheiro, adquiriu apenas 50% e aceitou deixar em contrato que, em caso de oferta de 8 milhões de euros, o jogador deveria ser negociado. Dito e feito, o melhor jogador do Brasil em 2015 foi vendido por dinheiro de pinga. No caso de Vagner Love, o empresário do jogador aceitou negociar um salário bem abaixo do que o jogador ganhava em troca da promessa de não dificultar a saída do jogador.

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A incompetência da diretoria ficou evidente e escancarada. Não satisfeita em fazer péssimos contratos, os diretores estão perdidos, dizendo contar com uma lista de mais de 100 jogadores, não tendo nenhum plano definido para contratações. Continuam sonhando com jogadores de valores astronômicos e não olham para saídas interessantes com custos menores. O diretor Eduardo Ferreira, ex Gaviões, evidenciou essa falta de plano certeiro durante a semana. Pior foi o presidente Roberto de Andrade achar normal as saídas dos jogadores, jogando para a torcida aceitar a emblemática frase “Os jogadores vão, o clube e a Fiel Torcida sempre ficará”. Óbvio que o torcedor nunca abandonará a equipe em qualquer momento, mas dessa maneira o presidente tira sua responsabilidade no desmanche que aconteceu.

Enquanto não acabar essa prática, a tendência que fica para as próximas negociações é essa, o jogador é contratado e o seu passe quase todo fica vinculado ao empresário. O Corinthians pagará o menor valor na negociação, porém não terá forças para segurar o jogador em nenhum momento. A pergunta que fica é, será que vale a pena continuar utilizando esse método de negociação?

Vai Corinthians!

@luizfi

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Luiz Felipe Ugliano

Corinthiano, maloqueiro e sofredor. Graças a Deus!

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