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“Vergonha sente quem mata ou rouba. Eu sinto tristeza!”

PRESIDENTE PRUDENTE, SP - 27.03.2016: ÁGUA SANTA X PALMEIRAS - Os jogadores da SE Palmeiras, conversam após o jogo contra a equipe do EC Água Santa, durante partida válida pela décima segunda rodada, do Campeonato Paulista, Série A1, no Paulo Constantino (Prudentão). (Foto: Cesar Greco / Fotoarena)

Com essa frase, o zagueiro Edu Dracena deixava o gramado do Prudentão, após a derrota humilhante do Palmeiras por 4 a 1, sofrida pela singela equipe do Água Santa, no último domingo (27). E como torcedor da Sociedade Esportiva Palmeiras, vejo que o zagueiro alviverde tem razão. A derrota foi amarga, terrível, humilhante, horrenda, entre vários adjetivos negativos. O Palmeiras mais uma vez PASSOU vergonha! Mas, sentir vergonha já é algo completamente diferente. Se PASSA vergonha quando acontece algo que não desejamos, que não queremos, que não podemos evitar. Se SENTE vergonha quando acontece algo que nós queremos, desejamos, sem se importar se está errado. Existe aquele jogador que faz corpo mole, que não se importa com o time que representa, que só quer saber do dinheiro e da “fama” . Esse sim, tem que sentir vergonha. Mas tem aqueles (a maioria) que estão se esforçando, que estão tentando, mas simplesmente não está sendo o suficiente. Em meio à isso, várias pessoas (palmeirenses ou não), levantam questionamentos: “Jogadores horríveis, tem que contratar mais” “elenco rachado” “falta técnico” “time pequeno”.

Lateral Egídio representando bem o atual momento do Palmeiras.

É normal criticar e cornetar quando o time passa por um momento ruim. Sou torcedor, sei bem disso. Entretanto, é bom analisarmos antes de falar algo que, talvez, possa ser uma grande besteira, e aí sim, descobrir qual é o verdadeiro problema da equipe e resolvê-lo o mais rápido possível. Vamos lá.

Racha no Elenco:
Muito foi falado que o elenco do Palmeiras está rachado, que um jogador quer derrubar o outro, entre outras coisas. Nada foi comprovado e, após a conquista da Copa do Brasil de 2015, nunca vi o elenco alviverde tão unido. Porém, supondo que o elenco tenha rachado, aparece uma questão: isso realmente atrapalha? Eu digo que não!
Lá em 93/94, quando o Verdão conquistou 5 títulos (2 Brasileiros, 2 Paulistas e 1 Rio-SP), acham que o elenco era um poço de amizade? Digo que não. Edmundo tinha diferenças com Antonio Carlos e Evair, o técnico Vanderlei Luxemburgo provocava algumas desavenças e várias intrigas. Só que eles tinham um diferencial em comum: quando era pra representar o Palmeiras, todos esqueciam essas “bobagens” e jogavam bola, davam o sangue pelo clube que representavam. “Ah, mas isso foi antigamente, e foi só com o Palmeiras” também digo que não. No nosso maior rival, conhecido como Sport Club Corinthians Paulista também tinha isso. De 98 até o primeiro semestre do ano 2000, mesmo com as brigas e discussões entre Marcelinho Carioca, Edilson Capetinha e Rincón, o time do Parque São Jorge conquistava quase tudo, inclusive o Mundial, além de jogar um grande futebol, desde a defesa até o ataque. Após isso, o elenco passou a se relacionar melhor e veio a decadência, começando com a segunda eliminação consecutiva na Libertadores, novamente para o Palmeiras.
Enfim, o que faz um time jogar bem não é uma boa ou má amizade extra-campo, é a vontade de vencer, é a vontade de honrar o clube e a torcida que representam, é o desejo comum dos atletas como um todo.

Diferenças extra-campo não tiravam a alegria em comum de Antonio Carlos e Edmundo: representar o Palmeiras.

Falta de jogadores:
O tal camisa 10 e bons laterais eu até concordo, mas o elenco no geral é muito bom. A base vice campeão paulista e campeã da Copa do Brasil da temporada passada foi mantida. Fernando Prass, Lucas, Vitor Hugo, Zé Roberto, Arouca, Gabriel, Robinho, Dudu, Gabriel Jesus, Lucas Barrios, dentre outros jogadores que permaneceram para a atual temporada. O problema não é esse.

(Créditos: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)

Falta de técnico
Tínhamos um grande técnico que, infelizmente, não estava obtendo resultados e foi substituído por outro grande técnico. Os resultados continuam não vindo e já começam a culpá-lo. Muito cedo pra isso, lembrando que o Cuca teve 6 derrotas seguidas em 2011, quando assumiu o Atlético – MG, antes de ser campeão da Libertadores, em 2013.

Créditos: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação

Pois bem, muito se fala à respeito de qual possa ser o problema do Palmeiras, mas pouco se procura realmente saber o motivo. Dizem que atletas e treinadores precisam mudar à todo o tempo. Porém, o verdadeiro problema, essas mesmas pessoas julgam como “desculpa clichê”. “Esse lance de falta trabalho, só trabalhando que melhora, etc virou clichê” NÃO! As pessoas precisam entender que esse é o real problema, que isso não é nem um pouco clichê. Só se dá a volta por cima com trabalho. Só se ganha jogos com trabalho. Só se ganha títulos com trabalho. Devoção, Fé e pensamento positivo ajudam. Mas sem trabalho, sem correr atrás não adianta nada. Os jogadores e o próprio técnico sabem, mas não fazem. Não fazem pois infelizmente o futebol brasileiro é assim. O medo de errar tira a chance de acertar. A “mesmisse” permanece e quem perde é o torcedor, que não vê o time reagir, não vê o time mudar, não vê o time acordar. Mudar é preciso, trabalhar é preciso. Errar faz parte, até porque, na atual situação, o que é um pingo pra quem tá encharcado?
#ForzaPalestra

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